Eduardo Matos revelou hoje à Agência Lusa a realização do encontro com a empresa Somague, que a 24 de Setembro pediu a insolvência do Boavista Futebol Clube, alegando que este lhe deve “34,5 milhões de euros” pela construção do Estádio do Bessa Século XXI.

A construtora confirmou à Lusa a realização desta reunião, manifestando-se "disponível para ouvir quem tenha algo a dizer sobre o tema e esclarecer dúvidas que existam” e acrescentando que o problema se arrasta desde o Euro2004 e que os múltiplos acordos com o Boavista para o pagamento da dívida nunca foram cumpridos.

Eduardo Matos afirma que se a assembleia-geral do próximo dia 29 ratificar as deliberações tomadas em 16 de Agosto, substituindo a direcção presidida por Álvaro Braga Júnior por uma comissão administrativa presidida por si, vai “tentar tudo no sentido de conseguir um acordo interessante para a Somague, mas que o Boavista possa cumpri-lo”.

“Não vou pagar de imediato, como é óbvio”, ressalva.

Depois de ter sabido que a empresa pediu a insolvência do clube no Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia, a direcção boavisteira solicitou à Somague “uma reunião com carácter de urgência”.

A reunião já teve lugar, mas Álvaro Braga Júnior não deu quaisquer pormenores sobre o que se passou.

Eduardo Matos diz não ter soluções milagrosas para o Boavista, a braços com uma situação financeira aflitiva, mas refere que, se os sócios entenderem que deve substituir Álvaro Braga Júnior, tem um programa com várias medidas para aplicar no clube.

Uma das medidas “é a criação de uma bolsa de sócios que, fora a quota mensal que já pagam, ajudem o clube a título excepcional com 50 euros mensais”, adiantou Eduardo Matos.

O programa da Comissão Administrativa “é para um ano”, com “o compromisso de convocar eleições” para os órgãos sociais "axadrezados".