Na última jornada do campeonato, o Trofense, que na época passada militou – pela primeira vez na sua história de 28 anos – no escalão máximo do futebol português, tendo descido à II Liga de seguida, perdeu com o Gil Vicente por 4-2, em jogo disputado em casa.

Mas não foi a derrota que mais frustrou os trofenses nesta tarde. Daniel Ramos, o treinador que em Fevereiro chegou à Trofa para substituir Vítor Oliveira, lamentou não ter conseguido lutar pela subida de divisão, honrando os objectivos traçados pela direcção no início da época.

“Este clube queria e tem tudo para estar na Liga Principal. O objectivo deste presidente e desta direcção é esse. O projecto do Trofense actual só faz sentido na I Divisão. Quando cheguei à Trofa encontrei a equipa muito pior do que a deixo. Saio tranquilo e ciente de ter feito bom trabalho. Tenho pena porque com mais dois jogos… Se contássemos os pontos desde a minha chegada, o Trofense acabaria, comparando com as outras equipas em igual número de jogos, em segundo lugar”, disse Daniel Ramos, em conferência de imprensa.

Este jogo assinalou o fim do campeonato na Trofa e na Liga de Honra e a despedida de Daniel Ramos do comando técnico da equipa trofense. O treinador negou qualquer atrito com a direcção, comentando, aliás, que sente ter “sempre as portas abertas nesta casa” e prometendo “continuar a ser um adepto do Trofense e que deseja vê-lo campeão na próxima época”.

Já para o treinador do Gil Vicente, Paulo Alves, a vitória foi “merecida”. O técnico confirmou que vai continuar no comando da equipa de Barcelos na próxima época e fugiu a comentários sobre a semana difícil que os gilistas passaram devido a greves de jogadores por salários em atraso.

“Foi complicado e não nego a dificuldade. Mas estes homens mostraram como são profissionais. Vou ficar no Gil Vicente e desejo que a equipa se organize e comece a pensar numa nova época com grandes objectivos”, disse Paulo Alves.