Reunido com amigos num café da cidade, para onde se dirigiu depois de sair do estádio, após assistir ao triunfo por 1-0 sobre o Desportivo das Aves com um golo de Milton aos 90+4 minutos, sublinhava que ainda estava em sobressalto: «Ainda não me passou a dor de cabeça».

Sócio desde criança e apoiante da equipa em todos os campos, considerava ter vivido um «sofrimento desnecessário» e, na hora de celebrar, pedia à Direcção que desse estabilidade à equipa, de forma a evitar esta ansiedade nos adeptos.

«Espero que o presidente arranje uma equipa com mais jogadores com contrato e menos emprestados, porque acho que são mais descomprometidos», sublinhava.

Carlos Silva dava a mesma receita: «Gostava que a Direcção apostasse numa equipa mais coesa, que tente prender alguns jogadores à Covilhã, para nos conseguirmos manter sem estes sobressaltos».

Há mais de 40 anos a torcer pelos "Leões da Serra", Carlos Silva realçava que «uma cidade em progresso, como a Covilhã, tem de manter o clube na Liga de Honra». Só lamentava alguma «falta de atitude» dos jogadores, embora admitisse que «têm estado sob pressão».

De cachecol e camisola verde e branca, Miguel Salgueiro ainda sofria os efeitos da descarga de adrenalina sentida no jogo. «Foi o jogo mais emocionante a que assisti nos últimos anos e teve um final feliz».

Para este adepto serrano, «aquele golo nos últimos segundos foi um milagre». Manuel Piedade, do outro lado do balcão, mostrava-se satisfeito por ter sido marcado por Milton, «porque é um rapaz da terra».

Para a próxima época, Miguel Salgueiro tem apenas um desejo: «Que a Direcção saiba contratar bons jogadores, para em Janeiro não ter de se andar a remendar a equipa e assim evitar andarmos a sofrer até à última».