A direcção do CD Trofense pediu hoje aos sócios que «reflictam» sobre um pedido de empréstimo à banca de forma a financiar o clube na próxima época futebolística e «devolver» parte do investimento feito pelo presidente Rui Silva.

Numa Assembleia Geral realizada na Trofa, que reuniu mais de 150 associados, o presidente da mesa, Armando Dias, deu a conhecer a nova proposta da direção, que ameaçava abandonar o clube após o términos da Liga de Honra, mas agora propõe o recurso à banca.

Segundo Armando Dias, o presidente Rui Silva – visto na Trofa como o principal “mecenas” do clube, sendo conhecido que já investiu, a título pessoal, vários milhões no emblema trofense – está a negociar com os bancos a possibilidade de onerar o património do Trofense, dando-o como garantia na contracção de um empréstimo.

Sem confirmar os valores, adiantou que o actual presidente pretende reaver cerca de 2,5 milhões de euros, «estando disposto a libertar desse montante, e de imediato», cerca de um milhão para financiar a próxima época.

«Se os sócios apoiarem esta ideia e os bancos aceitarem negociar, tendo como garantia o património do clube, Rui Silva e os corpos sociais actuais ficam em funções mais uma época. E essa época é para ganhar e para subir. Vamos ser candidatos desde a primeira jornada», frisou.

O dirigente revelou que os dois imóveis que o clube tem são o estádio, «orçado em mais cinco milhões de euros», e o complexo da Paradela, onde jogam as camadas jovens, avaliado em «cerca de dois milhões de euros». Estes activos foram passados para o nome do clube em 2008, depois da entrada de Rui Silva, em 2007.

«O problema é o facto de na Trofa os imóveis do clube serem ‘vacas sagradas’. Os sócios não querem saber de onerar equipamentos, mas no fundo o que está em causa é dar garantias aos bancos, mais nada. O clube não está hipotecado nem vai ficar hipotecado», garantiu Armando Dias, já à margem da AG, na qual Rui Silva não marcou presença, encontrando-se, de acordo com o gabinete de assessoria, a «negociar com bancos e à procura de potenciais investidores».

Para dar corpo à ideia, e conforme os estatutos do clube, pelo menos cinco sextos dos sócios têm de votar favoravelmente a proposta da direcção numa AG convocada exactamente para esse efeito e que ficou agendada para dia 22 de Junho.

Questionado sobre qual o cenário alternativo, revelou que a actual direcção «não sente condições para continuar», mostrando-se disponível para encabeçar uma Comissão Administrativa.

«Acabar? Não acredito. Esta direcção é séria e as pessoas sabem disso. Deviam era reconhecer mais o trabalho de Rui Silva, que dá muito dele ao clube. Mas acabar não acaba, nem que seja preciso estar à frente de uma comissão de transição. Sou sócio há 40 anos. Isso não me assusta», disse.

Armando Dias lamentou ainda a falta de apoio de alguns empresários da região, apelou a «vontade de conjunto» e «espírito de vitória» e, em relação ao mercado, adiantou que «há muitos nomes apalavrados e grandes e bons jogadores que só estão à espera dos avales dos sócios e dos bancos para dar um ‘sim’ a Rui Silva».

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