O candidato à presidência do Belenenses João Barbosa revelou hoje os números da situação económico-financeira dos “azuis” e desafiou o presidente, e também candidato António Soares, para um debate.

Em conferência de imprensa, o líder da lista B confirmou os dados avançados na sexta-feira, em que revelou existir um défice de dois milhões de euros, entre clube e SAD, valor que seria desmentido pelo atual presidente, durante a apresentação do programa eleitoral da lista A.

«Este é um documento trabalhado por nós, de acordo com o que nos foi transmitido verbalmente na reunião que mantivemos com os órgãos sociais, na sexta-feira. Foram assumidos determinados compromissos para o curto e médio prazo e queremos saber como é que serão cumpridos», começou por dizer João Barbosa, que deu a conhecer os números para os próximos oito meses, período que intercala a entrada da nova direção e o final da época desportiva.

O documento refere um défice de 1,95 milhões de euros (ME), entre clube e SAD, que resulta da diferença entre os 1,3 ME de receitas (Bingo, rendas e quotização) - mais 700 mil euros respeitantes apenas à SAD - e os 3,95 ME de despesas.

Entre os quase quatro milhões de gastos, incluem-se, entre outros, o pagamento do Plano Extrajudicial de Conciliação (PEC) e os empréstimos contraídos junto de Montepio Geral e do Banif, bem como o pagamento da dívida ao Avaí, pela transferência do futebolista Tiago Schmidt, e os salários do plantel profissional de futebol.

«É feio estar a chamar outro candidato de mentiroso. Estou aqui para discutir e quero debater o futuro», afirmou João Barbosa, adiantando que o «montante a ser pago ao Montepio duplicou desde a entrada da nova direcção».

O candidato sublinhou que a dívida a esse banco «corresponde a 86 por cento da receita do Bingo» e que, juntando o valor a pagar ao Avaí, subtrai toda a receita da casa de jogo do Belenenses.

João Barbosa lamentou ainda a forma como António Soares se referiu ao parceiro angolano Kabuscorp, com quem os “azuis” têm um protocolo, assinado em janeiro de 2009, durante a gerência da Comissão de Gestão liderada pelo candidato pela lista B.

O gestor, de 58 anos, lembrou «o momento de enorme dificuldade de sobrevivência» do Belenenses e voltou a desafiar o atual presidente para um debate, para «esclarecer e apresentar soluções».