Almeida Antunes, presidente do Atlético, fala em «anarquia» na Liga de Clubes no que respeita à Comissão de clubes da Liga Orangina e repudia que se queira «destituir» uma comissão sem a presença de todos os clubes». Na origem está a demissão de José Godinho, presidente da Oliveirense, e que até então encabeçava a Comissão. O dirigente demitiu-se desse cargo a 12 de janeiro, quando Mário Figueiredo, que não era o candidato escolhido pelos clubes da Liga de Honra, venceu a presidência.

«Avisaram-nos hoje [quinta-feira] que havia uma reunião convocatória, não aceitamos», começou por dizer o dirigente ao SAPO Desporto, para depois acrescentar que «não se pode aceitar que um clube marque com a Liga e depois outro» sem que isso passe pela Comissão eleita no início do ano futebolístico e que ainda não foi formalmente destituída. «Para nós a comissão não foi dissolvida. Só depois de uma reunião com o presidente e com os clubes da Orangina, em que se proponha a demissão e eleição de outra», sublinhou e assumindo que o Atlético tudo vai fazer «para deixar a atual».

«As comadres zangaram-se e apareceu um senhor para marcar reunião para hoje», frisou, sem, no entanto, querer especificar a quem se referia.

O presidente do Atlético considerou, também, que a entrada de equipas B na segunda Liga «não é a melhor opção», nem a melhor forma de fazer os jogadores jovens rodarem e que não passa de «demagogia».

«Os clubes vão-se revoltar. Têm de partir da primeira distrital», disse, acrescentando que «se é porque querem defender o jogador jovem» deviam «olhara para o Atlético, com jogadores jovens de Benfica, Sporting, Vitória de Guimarães» e que «há ali gato escondido com o rabo de fora».

Mário Figueiredo foi eleito presidente da Liga de Clubes com 27 votos contra 21 de António Laranjo, o candidato apoiado pelos clubes da segunda Liga. Depois disto, José Godinho demitiu-se do cargo de presidente da Comissão.

«Eu represento os clubes. Fiz o trabalho de casa que me pediram, fi-lo. O que aconteceu é um sinal de que a união da Liga de Honra não existe. E como essa união já não existe, não faz sentido haver um porta-voz. Já antes tinha declarado aos clubes que numa próxima reunião iria colocar o meu lugar à disposição», disse nessa altura em declarações à Rádio Renascença.