O presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, disse à agência Lusa que o organismo foi «sensível aos problemas dos clubes» e aceitou manter por mais duas épocas as remunerações da II Liga em 1,75 salários mínimos nacionais.

«No ano passado tínhamos feito com a Liga um acordo excecional, mas como os pressupostos no futebol português não se alteraram decidimos manter. O Sindicato foi sensível aos problemas dos clubes», explicou Evangelista à Lusa.

As duas partes acordaram manter por mais dois anos a possibilidade de clubes da II Liga praticarem uma retribuição inferior ao contrato coletivo trabalho, que é de 2,5 salários mínimos, mantendo-se as remunerações em 1,75 vezes a retribuição salarial mínima do estado.

O presidente da Liga de Clubes, Mário Figueiredo, afirmou que os jogadores formados localmente, ou seja, que entre os 15 e 21 anos tiveram a sua formação em Portugal por três épocas, podem ser contratados por o valor de um salário mínimo até aos 23 anos.

«Esperamos que com estas medidas haja uma maior aposta dos clubes nos jogadores portugueses. Estamos a atacar o problema económico dos clubes e também a fomentar uma aposta nos jogadores portugueses, que esperemos que os clubes compreendam», frisou Joaquim Evangelista.

A Liga de Clubes e o Sindicato dos Jogadores acordaram também um diferente modelo de pagamento das verbas pelas transmissões televisivas.

«Vamos receber uma verba pela transmissão dos jogos em canal fechado, que no fundo vem repor o que se perdeu com as alterações. Na última época não houve nenhum jogo em canal aberto», salientou.

Joaquim Evangelista disse ainda que a Liga de Clubes vai manter o Fundo de Garantia Salarial, no valor de 500 mil euros.

«Queremos que as obrigações sejam cumpridas e que a Liga fiscalize os clubes. O Fundo de Garantia Salarial só deve ser usado em casos excecionais», concluiu.