António Albino apresentou hoje a demissão da presidência do Académico de Viseu, cargo que ocupa desde 2003, tendo recebido a solidariedade da restante direção do clube.

«Dado o desenrolar dos acontecimentos menos próprios ocorridos durante o jogo Académico de Viseu e o Grupo Desportivo de Chaves, os quais envolveram diretamente o bom-nome do presidente da direção do Académico de Viseu Futebol Clube, António da Silva Albino, vem o mesmo informar todos os sócios e simpatizantes que, uma vez que não considera estarem reunidos todos os pressupostos fundamentais para a sua permanência no clube, pede de imediato a sua demissão», pode ler-se em comunicado dos viseenses.

Em causa, estará o descontentamento com os cânticos da claque do clube durante o jogo antecipado da sétima jornada da II Liga de futebol, que opôs o Académico ao Desportivo de Chaves e que terminou com a vitória dos flavienses por 2-1.

No mesmo comunicado, é salientada a «absoluta solidariedade» que a demissão de António Albino mereceu por parte dos restantes elementos da direção do clube.

A tensão entre a direção e a claque do clube tem aumentado desde 25 de agosto, quando a formação viseense recebeu o “rival” regional Tondela e os adeptos proferiu alguns cânticos tidos como «ofensivos» para os tondelenses e que levaram António Albino a pedir desculpa publicamente pelo comportamento destes.

Esta posição do presidente do Académico não agradou aos elementos da claque que, em comunicado, se demarcaram da posição do dirigente e anunciaram a ausência no jogo seguinte, na Covilhã.

A direção academista deixou então de oferecer os convites para os jogos da equipa, o que, na partida de hoje, levou a claque a entrar mais tarde nas bancadas, e a apenas ensaiar o apoio à equipa a partir dos 30 minutos do encontro.

Ouviram-se então ao longo do jogo alguns protestos, acompanhados de algumas tarjas, com inscrições como «sintam a diferença» e «com ou sem convites, estamos vivos».

No final do encontro, os protestos visaram, praticamente, exclusivamente o presidente do Académico, que, segundo uma fonte da direção do clube, poderá ter reagido «a quente», admitindo que António Albino reconsidere e se mantenha na presidência do Académico.