Vasco Ferreira, de 16 anos, estreou-se na Taça da Liga de futebol e é a nova aposta do treinador do Sporting da Covilhã, Francisco Chaló.

O médio, que também costuma alinhar no eixo da defesa, é ainda juvenil, mas foi chamado por Chaló para jogar pela equipa principal frente ao Gil Vicente e esta semana voltou a ser opção, com o Estoril-Praia, no mesmo dia em que soube da chamada à seleção de sub-17.

"Nunca se está à espera de chegar à equipa principal aos 16 anos. Foi um momento muito feliz da minha vida, é muito satisfatório ver o meu trabalho recompensado", disse Vasco Ferreira, em declarações à agência Lusa.

Para o médio, mais confortável a jogar na posição ‘8’, embora também esteja habituado a jogar a defesa central ou a médio defensivo, a filosofia de Chaló facilitou a sua progressão.

"Nota-se que é um treinador sem medo de apostar nos jovens. Com outro, talvez fosse mais difícil ter uma oportunidade", analisou o jogador, nos serranos desde os seis anos.

Segundo Chaló, Vasco tem as características de um médio tipicamente alemão.

"É um jogador frio, bom tecnicamente do ponto de vista do passe, resolve as coisas, tem uma boa compleição física. Tem o perfil do médio alemão em toda a sua plenitude", avalia o treinador, em declarações à Lusa, ressalvando que Vasco Ferreira tem ainda muito a aprender.

O jogador integrou o plantel da equipa da II Liga na pré-época, o que lhe permite "desenvolver aspetos que na formação não é possível".

"Os níveis de intensidade e de rigor são muito diferentes e isso faz-me evoluir muito mais rápido", vincou o técnico.

Apesar da utilização na equipa principal, o jogador assegura não notar diferenças na forma como é tratado pelos colegas juvenis.

"Sou mais um, tratam-me de forma igual. Penso é que veem em mim um exemplo. Se eu consegui, eles também podem conseguir. Dá-lhes ânimo para trabalharem ainda mais", realçou Vasco Ferreira, que joga habitualmente nos escalões de formação e nem todos os dias treina com os seniores, por causa das aulas.

"Tenho pena que não possa assiduamente treinar connosco, mas também não queremos beliscar o seu rendimento escolar, até porque é bom aluno", comentou o técnico.

Vasco, a antever diversos cenários no futuro, salientou a importância de estudar, uma vez que a carreira no futebol depende do sucesso que vier a ter nos relvados.

"Não quero ser a pessoa que quer ser jogadora de futebol a toda a força. Há de haver uma altura em que terei de tomar decisões. Quando esse momento chegar, vou pesar os prós e os contras", frisa.

Sobre as suas aspirações, prefere não traçar planos.

"Não perco muito tempo a fazer previsões. Gosto que as coisas surjam com naturalidade e imprevisibilidade", acentuou o médio, que admira vários jogadores, mas não tem nenhum ídolo no futebol.

O jogador, natural da Covilhã, espera voltar a ser utilizado ao longo da época, mas assegura não ficar desiludido se isso não acontecer.