O diretor desportivo Hilário Leal disse hoje que "o Freamunde tem vergonha do futebol português", enquanto o treinador Filó admitiu repensar a sua continuidade, no final do jogo da II Liga ganho pelo Académico de Viseu (3-1).

A derrota caseira do Freamunde na 25.ª jornada foi a gota de água para os responsáveis do clube, depois de mais uma arbitragem que, na sua opinião, mostrou critérios diferenciados em desfavor da sua equipa.

"A nossa II Liga é esta, as pessoas vêm cá e fazem o que querem. O jogo estava a ser equilibrado, bem disputado e alguém quis resolver o jogo", disse Filó, em conferência de imprensa, queixando-se dos "lances duvidosos e decisivos decididos sempre para o mesmo lado".

Filó lembrou que "houve dois penáltis contra e dois lances idênticos, na área contrária, que não foram marcados", considerando também exagerada a expulsão de Ansumane, embora neste caso tenha admitido que "o jogo já tinha acabado há muito tempo".

"O Freamunde não tem a mínima hipótese de subir de divisão, como já tenho dito. Os jogos na II Liga ganham-se com muitos fatores e não apenas com a qualidade. Graças a Deus, estamos perto do nosso objetivo e as pessoas já podem ficar descansadas. Este jogo e outros como este vão fazer-me pensar se continuo no futebol português", concluiu.

O tom crítico do Freamunde teve continuidade nas palavras do habitualmente tranquilo diretor desportivo.

Sem reservas, Hilário Leal disse que "o Freamunde sente vergonha deste futebol de mentira", sem poupar nas arbitragens, que disse estarem "condicionadas pelos observadores".

"Só pedimos um bocadinho de respeito pelo clube, que tem os salários em dia e, quando não os tinha, por coragem do presidente, era sempre notícia. Hoje há clubes, com três e quatro meses de salários em atraso, a inscrever jogadores. A Liga não trata os clubes da mesma forma", disse Hilário Leal, dando conta de "um enorme sentimento de revolta".

Antes destas polémicas declarações, o treinador do Académico de Viseu, Ricardo Chéu, disse, na sala de imprensa, que o resultado foi justo e nada ter a dizer da arbitragem, que considerou "coerente".

Sobre a situação de alegados salários em atraso no clube, Chéu evitou comentar, enquanto, a seu lado, o diretor José Gomes afirmou que, "legalmente, o Académico de Viseu tem tudo em dia".

Após o apito final do jogo que o Académico de Viseu venceu por 3-1, houve exaltação dentro de campo, mas, em especial, nas bancadas, tendo sido necessário escolta policial para proteger e retirar o Delegado da Liga.