A administração do Leixões negou hoje, em comunicado, que tenha havido, por parte do clube da II Liga, qualquer intenção de desvalorizar o guarda-redes Chastre, refutando assim as acusações do empresário do futebolista.

"Nunca esta administração se intrometeu em questões ou opções técnicas que apenas dizem respeito ao treinador da equipa de futebol profissional, pelo que cai pela base a justificação de que a rescisão de contrato foi decidida (?) com a finalidade (?) de o desvalorizar comercialmente", refere o clube de Matosinhos, num comunicado divulgado na sua página oficial.

Em causa está uma troca de acusações que tem ocorrido desde que, no início da semana, Chastre rescindiu com o emblema matosinhense por justa causa, invocando salários em atraso.

Na quinta-feira, em declarações a vários órgãos de comunicação social, Nuno Silva, diretor desportivo do clube, lamentou que o atleta não tenha tido "o mínimo reconhecimento pelos anos que representou o Leixões".

Na resposta, num comunicado enviado à agência Lusa, o empresário do jogador fez várias acusações à administração deste emblema, entre as quais apontou o dedo à "forma premeditada, injustificada e com objetivos (...) de o retirar da baliza com a finalidade clara de o desvalorizar comercialmente", razão pela qual o jogador terá avançado para a rescisão efetiva.

Jorge Teixeira denunciou ainda o facto de o atraso salarial ter sido "uma constante".

"A situação tornou-se insustentável, obrigando o atleta constantemente a recorrer a ajudas financeiras do seu representante e familiares", pode ler-se no comunicado.

O empresário queixa-se ainda de que o jogador terá assinado um recibo de vencimento relativo a um pagamento que não se concretizou.

"A gota de água foi quando recentemente, já na presença do novo investidor, colocaram os atletas a assinar recibos de vencimento com um documento de uma suposta transferência bancária que afinal era fictícia", diz, alegando que "o processo de rescisão apela apenas a três meses de salários, quando, na verdade, seriam quatro meses e meio, não estivessem esses recibos assinados de boa fé".

No comunicado desta tarde, o clube negou que tal tivesse acontecido.

"Ao contrário de outros jogadores, José Chastre viu regularizados, ao longo desta época, atrasos relativos a períodos anteriores", pelo que "todos os recibos de vencimento assinados até ao momento pelo jogador estão regularizados", lê-se na nota divulgada na página do clube na Internet.

A administração do Leixões esclareceu ainda que os salários em atraso "estão em vias de ser resolvidos, tendo entretanto todo o plantel do Leixões, à exceção do jogador José Chastre, recorrido ao Fundo de Garantia Salarial da Liga de modo a colmatar necessidades prementes".

Chastre, que representava o Leixões desde o escalão de sub-15, era, até há bem pouco tempo, aposta incontestável para a baliza dos "bebés do mar", tendo, nesta época, e até ao momento, atuado em 34 partidas