O treinador de futebol João Barbosa vincou hoje à agência Lusa que a sua saída do Oriental, 23.º classificado da II Liga, foi por "comum acordo", afirmando que acabou por ser vitima do seu próprio sucesso.

"O Oriental foi uma bonita página na minha carreira. Acredito que fomos vítimas do nosso sucesso no clube, porque todos os anos superámos as expetativas e isso não pode ser uma norma. Nós habituámos as pessoas a ultrapassar objetivos e acabámos por ser vítimas do sucesso", afirmou.

O treinador português, que levou a formação de Marvila na temporada 2013/2014 à II liga, mostrou-se orgulhoso do seu percurso ao longo das suas quatro temporadas no comando do Oriental, destacando as alegrias vivenciadas pelos adeptos.

"A verdade é que quando começámos no Oriental defrontávamos equipas amadoras e prova da nossa evolução foi termos disputado vários jogos com equipas de I Liga entre eles o bicampeão nacional Benfica, e isto diz muito da minha passagem pelo Oriental. Foi uma bonita página na minha carreira de treinador, que não vai ficar certamente por aqui. Dei alegrias aos adeptos do Oriental que não se viviam há 40 anos e isso é sem dúvida uma marca que ficará na história do clube", afirmou.

João Barbosa rejeitou especulações relativamente à sua saída e fez questão de reafirmar, tal como o clube já o havia feito, que saiu por "comum acordo" de uma instituição que considera "especial".

"Saio a bem do clube, não havia outra forma. Existiu uma rescisão de comum acordo. Por tudo o que vivemos e passámos, criámos uma grande relação e não me esqueço que me deram a mão no meu primeiro projeto como treinador principal, e o Oriental, por tudo o que representa para mim, será sempre especial", afirmou.

João Barbosa, que assumiu ter sido "uma opção emocional" ficar esta segunda temporada do Oriental na II Liga apesar das dificuldades estruturais, explicou que essas barreiras não se fizeram notar dentro de campo, elogiando o espírito competitivo dos jogadores.

"Seria mais confortável e racional sair no fim da última época, pois não podia obter mais nada do que já tinha conquistado, mas o pedido da direção para a minha continuidade fez-me tomar uma opção emocional. Apesar das dificuldades dignificámos sempre a equipa e defrontámos os adversários sempre com competitividade no máximo. Apesar de se tentar adaptar sempre foi difícil atingir os mínimos em termos estruturais, principalmente por falta de condições financeiras e assim torna-se difícil chegar a um patamar competitivo fora de campo", reiterou.

Apesar da sua saída o treinador continua a acreditar que o Oriental pode permanecer na II Liga, "assim possa ter todos os jogadores disponíveis para o representar.

O Oriental anunciou hoje a rescisão entre ambas as partes, depois de na quarta-feira o Oriental ter perdido em casa com o Feirense, por 2-0, em encontro da 30.ª jornada da II liga, ocupando o 23.º e penúltimo lugar, com 28 pontos, a seis do Santa Clara, 19.º e primeira equipa acima da ‘linha de água'.