A SAD do Leixões refutou hoje as acusações feitas, na quinta-feira, por dois deputados na Assembleia da República de "manipulação de resultados desportivos" no último jogo da II Liga de futebol de 2015/16, frente à Oliveirense.

Num comunicado publicado na página oficial do clube na Internet, assinado pelo presidente da SAD, Paulo Antunes, respondeu às acusações feitas pelos deputados do PSD Cristóvão Norte e José Carlos Barros, eleitos pelo círculo de Faro.

Os políticos algarvios apontam o caso do Leixões como "o mais notório", argumentando terem sido "divulgadas escutas telefónicas, em que se torna público que houve manipulação de resultados desportivos, em particular no último jogo do Leixões, cuja vitória lhe valeu a permanência e determinou a descida do Farense".

Paulo Antunes disse entender que "tal afirmação é falsa, grave e de uma enorme irresponsabilidade", argumentando que o jogo em Oliveira de Azeméis "decorreu em condições da mais absoluta normalidade desportiva, com respeito pelos valores fundamentais da ética e verdade desportiva".

"Apesar de já despromovida, a equipa da Oliveirense bateu-se, pelo menos nesse jogo, até ao último minuto pela conquista de pontos, demonstrando os seus atletas um empenho e entrega extraordinários, tendo o Leixões conseguido vencer apenas com um golo obtido nos minutos finais da partida, graças ao esforço e querer demonstrado pelos seus jogadores", lê-se ainda na resposta da SAD.

E continua: "É, pois, indiscutível que, ao contrário do que os senhores deputados querem fazer crer, não houve qualquer viciação de resultado neste (ou noutro) jogo em que tenha participado a equipa do Leixões". "Do ponto de vista pessoal, os dirigentes que foram alvo de investigação pela Polícia Judiciária (o então presidente do clube e da SAD, Carlos Oliveira, e o diretor desportivo Nuno Silva) exercerão a sua defesa no âmbito dos processos em curso, com a finalidade de demonstrarem a sua inocência", refere o comunicado.

Paulo Antunes frisou ainda que a SAD do Leixões "é alheia a tudo isto" e reafirmou a disponibilidade "para colaborar com as entidades, judiciais e desportivas, com vista à descoberta da verdade". "Uma ideia errada, ainda que inúmeras vezes repetida, não se torna correta. Pelo que responderemos as vezes que forem necessárias a ‘imprecisões’ que, certamente por desconhecimento, são lançadas para confundir", defendeu ainda Paulo Antunes, realçando que o "princípio da presunção da inocência deve por todos ser respeitado".

Os dois responsáveis do Leixões foram detidos em maio no âmbito da operação "Jogo Duplo" levada a cabo pela Polícia Judiciária pela suspeita de viciação do resultado do jogo em Oliveira de Azeméis cuja vitória valeu a manutenção na II Liga ao clube de Matosinhos.