O presidente do Gondomar, do Campeonato de Portugal de futebol, admitiu à agência Lusa "pedir a reintegração na II Liga em 2017/18" caso o tribunal dê provimento ao recurso da pena de despromoção apresentado em 2009.

"Estamos a aguardar para o final deste mês ou início de março a resposta do recurso que fizemos para o Supremo Tribunal de Justiça sobre a despromoção de que fomos vítimas em 2009", explicou Álvaro Cerqueira.

Na época 2008/09, o Gondomar ficou no 16.º e último lugar da II Liga e desceu à II Divisão B. A 9 de junho, a Liga anunciou que o clube havia sido desclassificado da prova por causa de processos de corrupção no âmbito do "Apito Dourado", ocorridos em 2003 e 2004.

A 30 de junho do mesmo ano, o Conselho de Justiça da FPF decidiu também a despromoção do Gondomar à II Divisão B, medida que o Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa anulou em março de 2013, por considerar o uso de escutas telefónicas "uma violação flagrante" dos princípios constitucionais para os crimes que foram julgados.

Para o dirigente do clube dos arredores do Porto, que integra a série D da fase de manutenção/descida do Campeonato de Portugal, "o Gondomar sente-se prejudicado" pelo que aconteceu "por ter sido envolvido no processo Apito Dourado".

"Ainda não fizemos as contas para definir o valor da indemnização. Não vale a pena até haver decisão do tribunal, mas, certamente, que as faremos, caso isso venha a acontecer", argumentou.

O Gondomar foi ainda punido com uma multa de 95 mil euros e o então presidente José Luís Oliveira - condenado por 25 crimes de abuso de poder e 10 de corrupção desportiva ativa -, foi multado em 78 mil euros, bem como o vogal Joaquim Castro Neves em 43.750 euros.

Segundo uma fonte do clube, caso o Gondomar venha a ser integrado na II Liga e dada a obrigatoriedade, nos campeonatos profissionais, de haver uma SAD nos clubes, "já há três investidores interessados".

"Para além dos chineses da Star International e da Star Fund - que desde 2013 estabeleceram uma parceria com o clube - há ainda um investidor iraniano e um empresário de futebolistas português que mostraram interesse em participar na SAD", acrescentou a fonte.