Seis jogadores e o treinador do Sporting da Covilhã, da II Liga de futebol, estiveram hoje no Estabelecimento Prisional da Covilhã (EPC) para disputar um jogo com uma equipa de reclusos.

Para a partida de futsal, Filipe Gouveia, que enquanto jogador do Boavista já tinha participado numa iniciativa semelhante na cadeia de Paços de Ferreira, convocou Igor Rodrigues, Diogo Gaspar, Mike, Joel, Soares e Ponde, mais o próprio, que, por várias vezes, entrou no exíguo rinque, de equipamento serrano vestido.

"É bom podermos proporcionar um dia diferente e conviverem com pessoas que, se calhar, vêem na televisão", sublinhou o técnico, em declarações à agência Lusa, enquanto no pátio se ouviam palavras de incentivo aos reclusos e se celebravam os golos da equipa da 'casa' de forma efusiva.

Ponde, avançado cedido pelo Sporting aos 'leões da serra', disse que se tratava de uma experiência enriquecedora tanto para quem estava preso como também para quem participava na iniciativa.

"Nunca tinha estado numa prisão. É uma experiência diferente e penso que boa para todos nós", sublinhou o luso-romeno, com quem um dos reclusos esperava para falar no final da partida para se "meter com ele" por causa do tetracampeonato do Benfica.

O lateral Mike espera que o gesto da equipa contribua para a reinserção de quem está preso e tem a expectativa de que a tarde tenha também servido para o Sporting da Covilhã ganhar adeptos.

Não é o caso de Carlos, 35 anos, adepto serrano e para quem foi bom voltar a ver jogadores do seu clube, o que não acontecia há cinco anos, desde que está detido e deixou de ir ao estádio.

O futebol é o desporto mais popular na cadeia e uma forma de passar o tempo. O entusiamo é uma constante nas partidas, mas a interação com jogadores profissionais proporciona um ambiente diferente.

"Para nós é ótimo, porque é um convívio diferente e um dia fora da rotina. Enquanto eles aqui estão esquecemo-nos por momentos da nossa situação", disse à Lusa o guarda-redes do EPC, que ninguém contou quantos golos encaixou, porque "o resultado não é o mais importante".

A directora do EPC, Otília Simões, valoriza a colaboração de entidades externas.

"Para muitos reclusos, o facto de estarem privados da liberdade leva a que haja um certo desânimo no seu dia-a-dia. Quando existe alguém que vem de fora e que acaba por estar em interação com eles há um espírito que se abre. Há uma alegria que eles sentem, porque estão detidos, mas não isolados do mundo e de tudo. Eu entendo que a interação entre as pessoas é muito positiva quando é feita de forma ordeira e correta", frisa, em declarações à agência Lusa.

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