A seleção angolana de futebol em sub-20 empatou 0-0 ontem, domingo, com o Egito e ficou fora do Campeonato Africano das Nações em 2013 na Argélia, num jogo de desperdícios e imaturidade dos anfitriões.

Angola nunca esteve tão próxima de quebrar o jejum de sete anos, depois da última presença em 2005 no Benin, em partida onde tudo, ou quase tudo, indiciava a reviravolta dada a derrota de 1-2 na primeira mão da última eliminatória, na cidade do Cairo.

O estádio 11 de Novembro viu desfilar duas formações totalmente distintas na abordagem do jogo com Angola a assumir protagonismo nalgumas fases diante de um aparente recuo dos contrários.

Na verdade, os egípcios foram superiores no posicionamento tático, gerindo sempre o tempo e a posse da bola, enquanto Angola, além de ter sido perdulária, demonstrou fraca sincronização entre a defesa, meio campo e ataque.

Mesmo fazendo pressão alta, o primeiro remate à baliza dos angolanos surgiu apenas aos 29 minutos quando o capitão Pirolito fez uma diagonal e cruzou para a pequena área para o desvio deficiente de Natael, com o guarda-redes Mossad Awad já batido.

Enquanto isso, os "faraós" beneficiaram das melhores oportunidades no início, como aos 16 minutos com remate de longa distância de Saleh Ouda, obrigando Neblu a uma defesa a dois tempos, e aos 21, quando o defesa Kibecha falhou um corte e permitiu o remate de Osama para a mancha do guarda-redes do 1º de Agosto.

Nesta altura, Angola até dominava as ações ofensivas, mas Mateus, Natael e Papel foram demasiadamente ineficazes e perderam-se no individualismo, para alegria dos egípcios que agradeceram aos deuses pelo intervalo.

No reatamento, os "Palanquinhas" desaceleraram no ritmo de jogo enquanto o adversário manteve o jogo cauteloso e de quebra do ímpeto dos angolanos.

Aos 54 minutos, Natael recebeu a bola na grande área e com o guarda-redes batido, rematou para fora. Na jogada seguinte, o Egito quase marcou, quando num dos raros contra-ataques, Omar Helmy isolou-se, mas Neblu negou o golo.

As entradas de Simão para o lugar de Nsumbo (63), de Almeida para o posto de Lírio (85) e de Gui, que rendeu Simão (88'), conferiram à seleção nacional angolana maior pendor ofensivo, mas os egípcios demonstraram maturidade competitiva e em nenhum momento se desequilibraram.

Angola terminou o jogo da mesma forma pressionante como começou. Foram novamente os egípcios a beneficiarem das melhores oportunidades, com Neblu a evitar o pior aos 90 (+2) e aos 90 (+5), em ambas ocasiões com os dianteiros contrários completamente isolados.