O Tribunal Arbitral do Desporto emitiu um comunicado no seu site oficial esta terça-feira, onde explica as razões porque não deu razão à Federação Cabo-verdiana de Futebol, no apelo contra a decisão da FIFA de afastar os Tubarões Azuis do Mundial2014.
O comunicado do organismo de direito desportivo, com sede em Lausanne, na Suíça, contraria a tese da Federação Cabo-Verdiana e o argumento de que a FIFA não avisou Cabo Verde do castigo de Fernando Varela.
Diz o TAS que "as leis aplicadas Comité Disciplinar da FIFA sobre o caso foram muito claras" e que Cabo Verde "tinha recebido uma lista detalhada dos jogos em que Fernando Varela devia cumprir a suspensão". 
O painel de juristas do TAS, formado pelo português Rui Botica Santos, pelo italiano Luigi Fumagalli e pelo espanhol José Juan Pintó, ouviu os argumentos das duas partes, as testemunhas e os seus legais representantes no dia 14 de jjaneiro, em Lausanne e decidiu que Cabo Verde não tinha razões para apelar da decisão da FIFA.
Fernando Varela foi expulso nos minutos finais do jogo entre Cabo Verde e Guiné Equatorial em Malabo,  que Cabo Verde perdeu por 4-3, tendo contestado muito a arbitragem do trio do Mali.

O jogador foi punido com quatro jogos de suspensão por comportamento antidesportivo.

Mais tarde a Federação Cabo-verdiana de Futebol contestou o jogo, alegando utilização irregular de um jogador por parte dos guineenses, tendo a FIFA dado razão a Cabo Verde e punido a Guiné Equatorial com derrota por 3-0. Mas Fernando Varela devia cumprir os quatro jogos de castigo, pelo que só poderia alinhar na segunda mão dos play-off de acesso ao Mundial2014, caso Cabo Verde passasse da fase de grupos. A atribuição da derrota aos guineenses na secretaria não “limpava” o vermelho mostrado ao defesa central, que ficou de fora nos dois jogos seguintes: contra a Serra Leoa e Guiné Equatorial em casa.

A Tunísia contestou o jogo, alegando utilização irregular de Fernando Varela. O Comité Disciplinar da FIFA deu razão aos tunisinos, punindo Cabo Verde com derrota (tinha vencido por 2-0e passado aos play-off). Decisão que viria a ser confirmada pelo Comité de Apelo, após o recurso de Cabo Verde para este órgão da FIFA.
Insatisfeito com a decisão, Cabo Verde recorreu ao Tribunal Arbitral do Desporto, que viria a confirmar a decisão da FIFA, alegando que Cabo Verde não tinha razão. 
Entre os argumentos dos responsáveis jurídicos da FCF, estava o facto de o nome de Fernando Varela, alegadamente, não estar na lista de castigados da sexta e última ronda de acesso ao Mundial, argumento refutado pelo TAS que explicou que a FIFA avisou atempadamente a FCF  dos jogos que Fernando Varela devia cumprir castigo.