Só os adeptos mais resistentes aguentaram pela chegada do voo que trazia os “Tubarões Azuis” que chegaram a Cabo Verde às 5h40 da manhã, hora local, após o apuramento para o CAN2013.

Os jogadores e equipa técnica da Seleção Nacional foram recebidos às 5h40 da manhã com gritos de guerra e batucada intensa no Aeroporto Internacional Nelson Mandela, na cidade da Praia. Afinal, os “tubarões azuis” conseguiram pela primeira vez na história do futebol nacional apurar-se para um Campeonato Africano das Nações.

«Obrigado por tudo», foram estas as parcas palavras do selecionador cabo-verdiano Lúcio Antunes que entrou na sala de chegadas a dançar com uma bandeira nas costas e um cachecol na mão. Visivelmente eufórico o “mister” não se prolongou em conversas com a imprensa mas também não foi preciso.

O Presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol, Mário Semedo, mostrou-se satisfeito com a receção calorosa no Aeroporto da Praia. «Merecemos e trabalhamos para isto», afirmou o dirigente, acrescentando que «a seleção correspondeu às expectativas». Mário Semedo garantiu ainda que vai ficar nas lides da Federação até ao CAN, visto que as eleições para o órgão federativo só acontecem em Março.

Enquanto os jogadores saiam aos poucos da sala das Chegadas Internacionais, os adeptos gritavam: «É  tubaron ki kume camaron» (é tubarão que comeu camarão). Os jogadores riam-se e alguns inclusive, como foi o caso de Babanco, juntaram-se à batucada. Os “Dipi”, um grupo de animação de Tira-Chapéu foram os responsáveis pela banda sonora da receção. Os rapazes do grupo não arredaram pé do Aeroporto, onde chegaram às 23h00 de domingo.

«Não tenho palavras» foi a única declaração que Nando, o capitão dos “tubarões azuis”, conseguiu proferir quando abordado pela imprensa. Visivelmente cansado mas também emocionado, o jogador juntou-se à comitiva que foi praticamente “engolida” pelos adeptos que queriam tocar, abraçar e quem sabe até dar um beijo aos jogadores que levaram a bandeira de Cabo Verde mais longe.

Em declarações à imprensa Héldon reconheceu a importância do golo que marcou aos 22 minutos na partida contra os Camarões em Yaoundé. O jogador trouxe consigo um troféu, a bola do grande golo, «para recordação».

A comitiva da Seleção bem como alguns dos adeptos mais ferrenhos seguiram em caravana até ao centro da cidade da Praia. Um domingo histórico para Cabo Verde em que milhares de pessoas saíram às ruas um pouco por todo o país.