O gestor do Estádio Nacional de Cabo Verde refutou hoje as acusações do presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol, em como a seleção estaria a ser tratada como adversária e classificou-as de “surpreendentes, sem reflexão e prejudicial” para o clima mútuo entre as partes.

Inácio Carvalho, que falava em conferência de imprensa realizada no Estádio Nacional, alegou que este, que é a maior infra-estrutura desportiva do país, “não é e nem nunca poderia ser adversário, seja dos Tubarões Azuis, seja do futebol cabo-verdiano no seu todo, seja de qualquer outra modalidade ou federação respetiva”.

O gestor considera as afirmações públicas do líder federativo de “tão graves”, quanto mais “de um dirigente desportivo com responsabilidade”, por entender que a Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) não paga para jogar no Estádio Nacional, mas faz uma contribuição, se se levar em conta os custos da utilização que o estádio acarreta.

Inácio Carvalho exemplificou que em relação ao jogo frente à Zâmbia, a FCF fez um pagamento global de aproximadamente 283 mil escudos para custear as despesas com água, eletricidade e 5 por cento da receita de bilheteira, já que, disse, a gestão dos jogos é toda ela da responsabilidade da FCF.

“Ainda que seja um pagamento simbólico, uma contribuição, mas tem que funcionar no sentido da responsabilização”, explica o gestor, revelando que “o simples acionar no botão dos holofotes acarreta custos avultados diretos”.

Quanto à queixa em como a seleção foi “impedida” de entrar pela porta principal do Estádio Nacional para os treinos ante o Níger, Carvalho disse que “há obras ainda por concluir”, designadamente as de acesso, as quais já estão financiadas pela China.

Em relação à problemática surgida à volta da rega do relvado, explicou que “este trabalho é feito normalmente” e que “o trabalho da rega só foi suspenso por ordem expressa do comissário do jogo”, sábado, antes do embate entre Cabo Verde - Níger.

O presidente federativo, recorde-se, reclamou no final da vitória de Cabo Verde sobre o Níger (3-1) que “a seleção nacional não podia ser tratada como adversário no seu país” e contestou o tratamento dado nos treinos para a receção ao Níger no Estádio Nacional, infraestrutura onde, sustentou, os “Tubarões Azuis” pagam para jogar.

Mário Semedo reivindica ainda melhor apoio e tratamento aos “Tubarões Azuis”, lamentando que nesta última jornada a seleção cabo-verdiana tenha sido “impedida” de entrar pela porta principal do Estádio Nacional” de Cabo Verde.