Rui Jorge, selecionador português de sub-21, estava feliz com a qualificação da seleção lusa para o Europeu de 2015, depois da vitória (5-4) sobre a Holanda. O técnico assumiu que a equipa sofreu um pouco na primeira parte, mas lembrou que os seus jogadores melhoraram no segundo tempo.

“A Holanda adotou um sistema tático diferente, que colocava mais gente na frente e corria alguns riscos. Na primeira parte tivemos dificuldade em ligar o jogo e a nível defensivo. Na segunda parte, conseguimos melhorar no meio-campo e ofensivamente. Conseguimos ganhar com mérito”, analisou na conferência de imprensa no final do jogo.

O técnico confessou que o jogo não foi fácil, uma vez que se viu uma “laranja mecânica” mais ofensiva em relação à partida da primeira mão. “Não foi um jogo fácil, a Holanda meteu muita gente na frente e isso complicou o trabalho dos jogadores. Não critico a defesa, mas acho que toda a equipa devia ter estado melhor defensivamente. Vejo toda a equipa feliz, com vontade de continuar a ganhar e de estar presente numa competição em que não participávamos há muito tempo [desde 2007]”.

O técnico não quis assumir uma candidatura à conquista do Europeu de 2015, na República Checa, e relembrou que este tipo de competições é importante para o crescimento dos jogadores.

“Acho que devemos estar bastante satisfeitos por aquilo que conseguimos. Os jogadores mostraram uma qualidade extrema e é bom estar num palco onde passarão grandes estrelas futuras do futebol mundial e quem representar Portugal também vai ter um grande futuro profissional. E é importante que estes jogadores estejam nestas competições”, acrescentou depois.

Rui Jorge rejeitou comparações com a fornada anterior, que não conseguiu atingir a fase final do Europeu’2013, e deixou uma palavra de agradecimento aos treinadores que apostam em jovens futebolistas portugueses.

“Em termos de espírito coletivo foram [anterior fornada de jogadores] sempre fortes, sempre se entregaram à seleção, embora com resultados menos positivos. As possibilidades de escolha deste grupo é muito mais alargada, com jogadores que podem evoluir de forma diferente em relação aos anteriores. Gostaria de deixar uma palavra a todos os treinadores por apostarem nos jovens, porque acho que é uma situação fundamental”.

O treinador de 41 anos já definiu as próximas metas: “Agora que conseguimos a qualificação para o Europeu, o próximo objetivo é a qualificação para os Jogos Olímpicos [em 2016]. Não teríamos esse objetivo se não conseguíssemos a qualificação para o Europeu e esse é agora a nosso objetivo”.

A finalizar, Rui Jorge explicou a opção por uma tática com quatro médios e dois avançados, lembrando que esta opção tem a ver com as opções disponíveis e não com as opções táticas de Fernando Santos na seleção principal.

“O que eu acho que temos de fazer é que eles evoluam em melhores contextos para crescerem mais rápido e a jogar mais. Nós trabalhamos e optamos em função daquilo que temos no momento. A realidade é que há alguma escassez em relação a essa posição, mas os treinadores têm de se adaptar e trabalhar com aquilo que têm”, concluiu.