Portugal fechou com ´chave de ouro` a qualificação para o Euro sub-21 que se realizará na Polónia em 2017. As esperanças lusas conseguiram, frente ao Liechtenstein, a maior goleada nesta fase de apuramento, a maior de sempre dos sub-21 em jogos fora, ao vencerem por 7-1.

Os sub-21 portugueses apuraram-se a três jornadas do final da fase de qualificação, pelo que Rui Jorge aproveitou para dar mais minutos aos menos utilizados e lançar mais dois jogadores. A vitória permitiu a Portugal aumentar para cinco os anos sem perder neste escalão em jogos oficiais. Além de ter terminado invicto numa nova fase de qualificação, Portugal estabeleceu uma nova marca no que toca a diferença de golos (34 marcados e apenas cinco sofridos). De recordes, só ficou por bater a da maior goleada de sempre neste escalão: os 8-1 a Arménia, no apuramento ao Euro2008.

Cinco anos sem perder

Esta seleção tem sido uma autêntica máquina de futebol e resultados. Ontem, 3.ª feira, fez exatamente cinco anos que Rui Jorge perdeu o primeiro e único jogo oficial à frente dos sub-21. Aconteceu a 11 de outubro frente a Rússia por 2-1, no Arena Khimki, em jogo do Grupo 6 de apuramento. Portugal terminaria esta fase com 15 pontos, menos dois que a líder Rússia, pelo não se apurou para o play-off que antecedeu a fase final. Na derradeira jornada empatou 0-0 com a Polónia, num jogo onde a vitória daria o apuramento.

Só faltou o título...em 2015

Depois deste primeiro falhanço, Rui Jorge começou a preparar a qualificação para o Euro2015 na República Checa. Pelo meio os sub-21 lusos disputaram sete amigáveis: perderam três (0-1 frente a Suécia e Rep. Checa e 1-3 com Inglaterra), empataram 0-0 com a Dinamarca e venceram a Rep. Irlanda (2-1), Croácia (2-0), Suíça (5-2) e Polóniia (6-1).

Mas nos jogos que realmente interessavam, Portugal não deu hipóteses. Fez uma fase de qualificação ao Euro2015 espetacular, com oito vitórias em oito jogos no grupo 8, que tinha as seleções de Israel, Noruega, Azerbaijão e Macedónia. No play-off, mais duas vitórias frente a Holanda (2-0 e 5-4).

Na fase final, numa equipa onde pontificavam jogadores como Bernardo Silva, William Carvalho, Raphael Guerreiro, João Mário, todos eles titulares na seleção A neste momento, Portugal só caiu na final, no desempate por grandes penalidades frente a Suécia.

Portugal e o mundo deixaram-se encantar por esta jovem seleção, pela criatividade de Bernardo Silva, pelo físico de William Carvalho, pela inteligência e elegância de João Mário.

Foi preciso iniciar um novo ciclo, rumo ao Euro2017 da categoria. O domínio luso voltou a ser a nota dominante, com Portugal a ceder apenas dois empates: 0-0 com Israel e 3-3 com Hungria, num jogo onde o apuramento já estava garantido. Oito vitórias em dez possíveis foi o resultado final.

Viveiro da seleção A

Mais do que os resultados, o que impressiona é a capacidade de Rui Jorge em encontrar soluções, mesmo ´perdendo` vários jogadores para a seleção A de Portugal.

João Cancelo, Raphael Guerreiro, João Mário, William Carvalho, André Gomes, Bernardo Silva e André Silva saltaram dos sub-21 para serem titulares na seleção principal de Portugal. Outros já foram chamados por Fernando Santos e voltaram aos sub-21 como Rúben Neves e Gonçalo Guedes. E outros estão na calha para serem chamados, como Rúben Semedo, Diogo Jota. Há ainda Rafa Silva que não foi chamado por Santos nos últimos jogos por estar lesionado.

Rui Jorge conseguiu algo que se imaginava difícil de ultrapassar: bater o recorde de invencibilidade no escalão de sub-21, que pertencia a seleção de esperança de Espanha. Os sub-21 lusos estão sem perder em jogos oficiais há cinco anos. Desde essa derrota na Rússia por 2-1, os comandados de Rui Jorge já levam 30 jogos sem perder em jogos oficiais: sete empates e 23 vitórias.

Para fechar mesmo com ´chave de ouro` só falta um título, que poderá ser alcançado na Polónia em 2017.

Será Rui Jorge o melhor selecionador português de sempre? Os resultados nos sub-21 dizem que sim.