O selecionador português, António Violante, considerou esta quarta-feira que Portugal tem todas as condições para vencer fora a Grécia, na quinta-feira, no primeiro jogo de qualificação do grupo 5 para o Mundial de futebol feminino de 2015.

«A Grécia é uma equipa que deve ter uma valia sensivelmente igual à nossa, vai jogar em casa e vai-nos colocar problemas», disse o técnico, em declarações à agência Lusa.

Violante considerou que o estágio desenvolvido em Rio Maior pelas 21 jogadoras correu bem e que a equipa está preparada para defrontar a Grécia e iniciar o percurso de 18 meses de qualificação para o Mundial do Canadá.

«Vamos ter que fazer 10 jogos, com todos os adversários, fora e em casa. É uma qualificação bem difícil face aquilo que são as equipas do grupo», reconheceu António Violante, adiantando que Portugal é a quarta equipa do “ranking” UEFA no grupo, na 42.ª posição.

A Noruega encontra-se em quarto lugar dessa classificação, Suécia em 25.º, Bélgica em 27.º, enquanto a Grécia ocupa a 58.ª posição e a Albânia surge dois lugares abaixo, na 60.ª posição.

«Sabemos das dificuldades, mas não vamos entrar em campo derrotados com nenhuma das equipas que vamos defrontar. Vamos procurar fazer melhor sabendo do valor que os nossos adversários têm», frisou o técnico.

Embora reconheça não conhecer muito do futebol grego, Violante assegura que a equipa das “quinas” vai «jogar para ganhar» e «tentar ultrapassar este obstáculo».

«Não sei o que vai acontecer e espero que a nossa equipa, independentemente do resultado, possa continuar a evoluir, também não sei se é isso que vai acontecer. Às vezes damos um passo atrás ainda que não o queiramos fazer, involuntariamente isso acontece», advertiu.

No entanto, Violante mostra-se confiante e focado nos objetivos da equipa: “primeiro continuar a evoluir e segundo, ganhar à Grécia, se possível com uma boa exibição que possa traduzir a ideia que estamos a evoluir”.

O treinador considera normal que as sub-19 sejam chamadas à seleção principal, sublinhando que as jogadoras são convocadas pelo «seu valor absoluto».

«Não fazemos favores a ninguém. As mais velhas vão saindo, as mais novas vão entrando é assim que se faz uma seleção nacional. As jogadoras de sub-19 são uma mais-valia para a seleção A, senão não eram chamadas ao grupo», reiterou.

Quanto ao resto do grupo que calhou a Portugal no apuramento para a prova que irá ser disputada no Canadá, Violante considera que a equipa mais forte do grupo é a Noruega que disputou a final do Europeu, mas falhou a vitória, seguida da Holanda.

«A Holanda é-nos superior, não invalida que não as possamos contrariar naquilo que pensamos serem os pontos fracos delas. Num dia bom nosso e mau da Holanda, podemos ganhar. Temos de contar com isso e da nossa parte, com alguma transcendência, podemos ganhar. Se é difícil é, mas a equipa mais forte é a Noruega», explicou.

Portugal defronta a Grécia na quinta-feira no estádio municipal Fyli Attikis, Atenas.

Melissa Gomes, que se estreia na seleção A apesar de somar 22 internacionalizações pelas sub-19, considera que já se conseguiu «enquadrar no grupo», apesar de ter sido “um pouco difícil”.

Para a avançada, a maior diferença entre as duas seleções lusas é a «intensidade dos treinos», garantindo que a equipa está a treinar para causar dificuldades à Grécia.

Também a experiente Cláudia Neto sublinhou que a equipa está preparada para enfrentar a Grécia, apesar de ter cumprido só o primeiro estágio da época, aquele que é considerado sempre «o mais complicado» devido à forma das jogadoras.

«A equipa da Grécia está ao nosso alcance, se todas dermos o melhor e estivermos unidas vamos sempre sair com objetivo de ganhar o jogo e os três pontos», explicou a médio algarvia, adiantando que Portugal se encontra num “grupo difícil”, mas se a equipa trabalhar conjuntamente, conseguirá fazer «algo positivo».

Os sete primeiros classificados de cada grupo apuram-se diretamente para o Mundial, enquanto os quatro melhores segundos classificados (contam os jogos disputados diante dos 1º, 3º, 4º e 5º colocados) jogam um “play-off” para apurar os dois últimos representantes.