A seleção moçambicana de futebol pediu desculpas ao país, após a humilhante eliminação para a Taça das Nações Africanas (CAN), no sábado, diante de Marrocos, que deixou "em aberto" o futuro do selecionador Gert Engels.

Os "mambas", nome de "guerra" da equipa moçambicana, provocaram uma comoção nacional, ao consentirem uma pesada derrota por 4-0 frente a Marrocos, quando detinham uma vantagem de 2-0 obtida no primeiro jogo, em Maputo.

Com o desaire em Marraquexe, a seleção moçambicana falhou o seu quinto apuramento para a mais importante competição de seleções do futebol africano, depois das presenças nas CAN em 1986, 1996, 1998 e 2010.

"Ainda não acredito no que nos aconteceu. Tínhamos a CAN na mão, depois da vitória em Maputo por 2-0 e… Nem tenho dormido. Esta terça-feira, no regresso a Moçambique, queríamos muito fazer a festa, mas não será possível. Pedimos desculpa aos moçambicanos", disse o presidente da Federação Moçambicana de Futebol (FMF), Feizal Sidat, citado sítio do canal público Rádio Moçambique na Internet.

Quase elevado ao estatuto de herói nacional após a "impensável" vitória contra os magrebinos em Maputo, o treinador alemão da seleção moçambicana, Gert Engels, tem agora o seu futuro incerto à frente dos “mambas”, de acordo com as palavras de Feizal Sidat.

"O treinador foi retemperar forças com a família na Alemanha. Para a semana, vamos conversar, com calma e de forma séria e responsável, e tenho também de conversar com os restantes membros da direção. Está tudo em aberto", afirmou o presidente da FMF.
A imprensa em Maputo dá conta de que Gert Engels terá colocado o seu lugar à disposição da direção da estrutura máxima do futebol moçambicano.
Pela voz do seu “capitão”, Miro, os jogadores dos "mambas" também dirigiram à nação moçambicana um pedido de desculpas: "Não há palavras que digamos que possam consolar os nossos adeptos. Falhámos, temos de assumir".
Em declarações ao diário O País, o antigo jogador do Benfica Augusto Matine queixou-se de terem sido ignorados os seus projetos para formação.
"Estavam habituados a um futebol recreativo e que dele podiam sair jogadores de bairro para a seleção nacional, mas isso não é possível", disse Matine.
O antigo “capitão” dos "mambas" Rui Évora, em declarações ao mesmo diário de Maputo, apontou o dedo ao treinador alemão que "no espaço de um ano convoca cerca de 100 jogadores" para a seleção.
"Isso não é possível no nosso país", concluiu Évora.