A candidatura ibérica à organização do Mundial 2018 ou 2022 terá um orçamento de cerca de sete milhões de euros, garantiu hoje o presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Angel Maria Villar.

“Num orçamento que fizemos, serão cerca de seis, sete milhões de euros, em que 60 por cento serão cobertos pela Federação Espanhola de Futebol e 40 por cento pela Portuguesa”, referiu Villar, também presidente da Fundação da candidatura ibérica.

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Gilberto Madail, disse que tem vindo a estudar formas de suportar os 40 por cento comparticipados pela parte lusa.

“Temos vindo a pensar, vamos ver quanto vai custar. Também temos contactado entidades privadas. Temos de ver de onde vem a nossa origem de fundos. Temos de fazer parcerias com a parte privada e com o próprio Governo”, admitiu.

Os dois líderes federativos, acompanhados pelos respectivos secretários de Estado do Desporto, Laurentino Dias e Jaime Lissavetsky, foram hoje recebidos em Zurique, na Suíça, pelo presidente da FIFA, Joseph Blatter.

De acordo com o presidente da FPF, “foi explicado com algum detalhe qual era a concepção da candidatura”, que “não é uma candidatura conjunta, mas uma candidatura apoiada por dois países, que é completamente diferente”.

Para Gilberto Madail, “é bom” Portugal ter organizado o Euro2004: “Não nos iríamos meter numa aventura se não tivéssemos expectativas de ganhar e também não iríamos para uma candidatura para desbaratar um capital que tivemos com a organização do Euro2004”.

Angel Maria Villar referiu que esta “é uma candidatura ibérica, com dois povos e um único objectivo” e é uma proposta “forte”, garantindo que se a Península Ibérica receber o Mundial “não vai defraudar a FIFA”.

“Nunca apresentaríamos uma candidatura se não soubéssemos que vamos prestar um grande serviço à família da FIFA. Porque temos experiência, temos infra-estruturas fantásticas, temos povos que gostam deste desporto, grandes adeptos, grandes jogadores, grandes treinadores e grandes árbitros. Vivemos futebol durante 24 horas. Se nos derem o Mundial, não vamos defraudar a FIFA”, frisou.

O secretário de Estado do Desporto de Portugal, Laurentino Dias, disse, por seu lado, que esta é “uma candidatura muito séria, que envolve dois países que estão no ‘top 10’ da FIFA, que têm dos melhores futebolistas do Mundo, dos melhores treinadores do Mundo, dos melhores adeptos do Mundo e das melhores condições do Mundo para organizarem um Mundial em 2018”.

“Mas, temos também um conjunto de outras candidaturas fortes. Assim, cada passo tem de ser dado com a ponderação, a prudência e o rigor de uma candidatura que quer ser ganhadora e que não quer cometer erros”, afirmou o governante, que disse ainda que “o TGV não depende do Mundial e o Mundial não depende do TGV”.