"Não é impossível e não seria a primeira vez que uma equipa mais fraca, mas decidida, elimina outra (teoricamente) melhor, mas seria uma grande mentira dizer que eles (Portugal) não têm uma equipa de boa qualidade", afirmou Miroslav Blazevic.

Blazevic, que orientou a Croácia até ao terceiro posto do Mundial Coreia do Sul/Japão2002, descreveu o ambiente na comitiva bósnia como particularmente "tenso".

"Normalmente, ao longo da minha carreira, tive sempre que injectar tensão. Esta é a primeira vez que tenho de acalmar as coisas", continuou o técnico de 74 anos.

Portugal venceu sábado a equipa balcânica por 1-0, no Estádio da Luz, cujas barra e postes devolveram a bola por três vezes após remates dos visitantes. Quarta-feira, a Bósnia recebe a "equipa das quinas", em Zenica, pelas 19:45 de Lisboa, bastando um empate aos comandados de Carlos Queiroz para garantirem a presença na fase final do torneio.

O médio Zvjezdan Misimovic, do campeão alemão, Wolfsburgo, considerou que a selecção bósnia devia ter jogado de forma "mais corajosa desde o início" em Lisboa e "não só na segunda parte".

"Fomos demasiado cautelosos porque não queriamos cometer erros. Vamos jogar mais ao ataque diante dos nossos adeptos. Tudo é possível e só os 90 minutos vão ditá-lo. Já é um sucesso ter chegado até aqui. É o mais longe que o nosso país alguma vez foi na qualificação", disse Misimovic.

Perante o cenário de eventual apuramento para o Mundial, o internacional da recentemente autonomizada nação não tem dúvidas: "seria inacreditável, o maior sucesso do país nos últimos anos e as pessoas ficariam eufóricas".

"Antes, havia muito cepticismo acerca da selecção nacional, mas agora o futebol é, sem dúvida, o desporto número um", concluiu, desejando ainda as melhoras ao português Cristiano Ronaldo, lesionado, mas sublinhando que Portugal "tem qualidade suficiente para lidar com a sua 'baixa'".