Em declarações à Agência Lusa, Laurentino Dias referiu que a suspensão "não prejudica nem suspende os contratos e a relação que o Estado tem com a federação de futebol no que toca às selecções e a outras áreas de intervenção".

À saída da Comissão de Educação e Ciência, onde anunciou a suspensão por um ano, por a FPF não ter adequado os estatutos ao novo regime jurídico das federações desportivas, Laurentino Dias explicou que a mesma "é circunscrita ao desenvolvimento desportivo e ao enquadramento técnico".

Segundo dados do Instituto do Desporto de Portugal, em 2009 os contratos agora suspensos envolveram uma verba que rondou os 1,9 milhões de euros.

Laurentino Dias afirmou que a decisão "era inevitável", uma vez que a FPF não adequou os seus estatutos, e lembrou que, entre as 62 federações existentes em Portugal, apenas duas não o conseguiram fazer: o futebol e a vela.

"Quem recebe do Estado a utilidade pública desportiva para promover uma modalidade também tem que dar ao Estado o mínimo, e o mínimo é cumprir o que a lei determina", afirmou.

Laurentino Dias considerou que a suspensão do estatuto de utilidade pública "dará motivo suficiente para que os sócios da federação ponderem, reflictam e aprovem os novos estatutos", acrescentando: "Logo que o façam, a suspensão será levantada".

O governante anunciou a 19 de Março que tinha notificado a FPF sobre a decisão e quais os fundamentos, passando o organismo a ter 10 dias úteis para responder. Laurentino Dias disse que findo esse prazo o despacho seguiria directamente para Diário da República.