No auto de declarações do médico Luís Horta, recolhido pelo Conselho de Disciplina da Federação portuguesa de futebol (FPF), ao qual a A Bola teve acesso, o mesmo sublinha “a condição de ofendido”, mas admite “que os resultados tinham sido negativos em relação à totalidade das amostras recolhidas”.

No entanto, “houve uma não conformidade detectada”, o médico responsável “foi notificado”, sem que fosse contudo “se tivessem de realizar outro tipo de procedimentos”.

Perante o Conselho de Disciplina, Luís Horta relativizou esta não conformidade, pois se “o do controlo tivesse resultado caso positivo, essa não conformidade poderia ser utilizada para criar problemas por parte da defesa do praticante”. No entanto, foi a esta não conformidade que Carlos Queiroz se referiu como falha no processo médico.

O médico do ADoP que esteve na Covilhã a 16 de Maio referiu que “dentro da sala onde se realizou [o controlo antidpoing] estava tudo normal”, mas também admitiu que se sentiu perturbado com a “deselegância” com que foi recebido, em declarações ao IDP (Instituto do Desporto de Portugal). Além disso, refere que “nunca foi pedido aos médicos do controlo para que esperassem a hora de despertar dos jogadores e que, se tal tivesse sido solicitado, teriam esperado mais”.

A versão apresentada pela defesa do seleccionador é ligeiramente diferente. Pelas 8h00, enquanto tomava o pequeno-almoço, Queiroz foi informado por um médico da selecção que estavam no local médicos do ADoP e que não estava a conseguir fazer com que esperassem o despertar dos atletas. Nesta altura, vieram as palavras deselegantes do seleccionador, que, no entanto, não impediu qualquer controlo aos jogadores.

Na sexta-feira, foram ouvidas as últimas testemunhas de Carlos Queiroz na Federação – Luís Filipe Vieira e Agostinho Oliveira -, tendo Queiroz aproveitado para dizer que “mais do que nunca, há condições para continuar”.