Carlos Queiroz reflectiu sobre o último Campeonato do Mundo, numa entrevista ao canal brasileiro SportTV, e explica que muitas selecções foram afectadas pela fadiga extrema de alguns dos seus maiores craques. Paralelamente, assumiu que Portugal não merecia ganhar o Mundial.

"Em Portugal ficámos à espera do Eusébio, depois ficámos mais 20 anos à espera de um novo Eusébio, veio o Figo, agora temos o Cristiano Ronaldo, e isso não basta, não é suficiente. E aqueles que pensarem que o futebol pode ser vivido só à custa da regeneração natural ou à custa de passes de mágica também não merecem ser campeões do Mundo. É o caso de alguns países como por exemplo Portugal. Podemos ganhar os jogos? Podemos. Podemos ganhar à selecção da Espanha? Podemos. Merecemos? Não", rematou Carlos Queiroz.

O estado físico de Ronaldo foi uma das justificações dadas pelo ex-seleccionador para a saída precoce do Mundial 2010, onde caiu aos pés da campeã do Mundo Espanha nos oitavos-de-final. "O Cristiano fez quatro jogos no Mundial depois de uma época longa, competitiva e muito exigente. Alguns jogadores não chegam frescos das pernas e frescos da cabeça e  não conseguem render aquilo que está ao seu alcance. Tal como o Kaká, que fez um Mundial tremido e a seguir foi para uma operação. Mas o que importa para a sociedade e para os adeptos é aquele momento", frisa.

O técnico foi ainda questionado sobre o seu futuro, onde mostrou abertura a um eventual convite do Brasil: "Treinar na pátria do futebol é sempre uma atracção. O Brasil é a pátria do futebol, hoje mais do que a própria Inglaterra, onde o futebol nasceu. Vocês nacionalizaram o futebol para o Mundo e é sempre uma honra para qualquer treinador poder ter essa hipótese mas não é um objectivo a curto prazo."