Paulo Bento tem um curioso método para lidar com os diferentes egos e ‘estrelas’ que existem numa equipa. Tendo como pano de fundo a sua condição de seleccionador nacional, o treinador relativizou o peso algumas vezes atribuído a esta situação. 

“No nosso país alimenta-se a questão do ego. Não é esse aspecto que faz com que as lideranças sejam diferentes”, observa o treinador, numa aula aberta da pós-graduação em Treino de Liderança e Desenvolvimento de Equipas, no ISPA.

Então, qual a melhor forma de lidar com as estrelas num balneário? “Uma possibilidade é quando olhamos para o céu… nunca há só uma estrela”, defende o seleccionador, relevando de seguida a importância do conhecimento de cada indivíduo: “Devemos encaminhá-los todos para um objectivo e isso devia ser fácil no futebol. Não há nenhum jogador, por muito bom que seja, que resolva sozinho. O que temos de respeitar é as características de cada um. Não se trata toda a gente da mesma forma, tratam-se todos com respeito e seriedade.”

Ainda sobre o tema da importância que alguns jogadores podem ter no seio de um grupo, Paulo Bento ‘esvaziou’ um pouco o protagonismo dado ao capitão: “Em alguns casos exacerba-se em demasia o papel do capitão. Por vezes cria-se muita pressão sobre esse cargo e essa pessoa.” 

Ronaldo é o capitão da Selecção Nacional e um assunto que o novo seleccionador resolveu aquando da sua entrada, num momento em que se levantavam dúvidas sobre o estatuto entregue ao avançado do Real Madrid. No Mundial 2010 surgiu mesmo uma polémica em torno do internacional português, ao tratar Carlos Queiroz por ‘tu’. Todavia, a forma de tratamento é algo que não inquieta Paulo Bento.

“Não vejo nenhuma situação preocupante neste aspecto. Há as devidas distâncias e o próprio jogador o reconhece e sabe quando pode fazer uma coisa ou outra, mas não vejo o respeito por aí”, finalizou o seleccionador nacional.