Análise individual:

Eduardo – Não teve muito trabalho, mas apanhou um enorme susto com a cabeçada de David Silva ao lado quando ainda se registava 0-0. 

João Pereira – Destemido a subir no flanco direito, revelou-se igualmente muito seguro a defender. Um dos totalistas da selecção nacional e dos mais inspirados em campo.

Bruno Alves – Regressado à titularidade na selecção, assinou uma actuação com personalidade e mostrou-se autoritário face à ameaça chamada David Villa.

Ricardo Carvalho – O experiente central do Real Madrid revelou-se intransponível e deu tranquilidade ao sector defensivo, até ser substituído ao intervalo.

Bosingwa – Voltou a uma selecção bem conhecida mas num lugar estranho, ao estrear-se no lado esquerdo da defesa. Mostrou alguma inadaptação na primeira parte, mas soltou-se mais no segundo tempo. Um reforço de peso para Paulo Bento.

Raul Meireles – Seguro na protecção à defesa lusa, não se aventurou tanto nas incursões ofensivas como é seu hábito. Todavia, fechou bem os caminhos ao ‘tiki-taka’ espanhol.

João Moutinho – O médio do FC Porto é já um dos pilares da Selecção na ‘era’ Paulo Bento. Foi sempre o pêndulo do meio-campo, muito pressionante e deu fluidez ao jogo da selecção. Desarmou o poderoso meio-campo espanhol e lançou as bases para a ‘faena’ lusa. Esteve brilhante ao longo dos 90 minutos.

Carlos Martins – Demorou um pouco a entrar no jogo, mas quando realmente entrou a Portugal roubou o comando do jogo a Espanha e abriu caminho para a goleada com um golo merecido aos 45’. No segundo tempo, tentou espalhar o contra-ataque.

Nani – Foi herói e vilão num só jogo. Assinou o primeiro remate de Portugal, ofereceu várias assistências para golo e deixou a cabeça em água a Capdevilla. No entanto, foi por sua ‘culpa’ que o chapéu de Ronaldo a Casillas foi invalidado. Um erro do árbitro, certamente, mas que não se verificaria se Nani não tentasse marcar um golo que já se gritava nas bancadas.

Ronaldo – Bastaram 45 minutos ao capitão da selecção para ‘dinamitar’ os campeões do Mundo. Nunca se lembrou de que este era um jogo amigável e foi sempre uma seta apontada à baliza do amigo Casillas. Aos 37’, assinou uma obra-prima que merecia correr o Mundo, mas a equipa de arbitragem invalidou o golo por suposto fora-de-jogo de Nani. Foi aí que Espanha começou a cair como um castelo de cartas…

Hélder Postiga – Renascido no Sporting e na Selecção, o avançado começou por perder os duelos com Casillas, mas vingou-se na segunda parte, com ‘um golo e meio’, pois Sergio Ramos ainda desvia o seu toque de calcanhar no 2-0. Lutou, correu, marcou e conseguiu ser feliz.

Suplentes utilizados: 

Rui Patrício (45’, Eduardo) – Estreia a internacional para o guardião do Sporting e logo com o campeão do Mundo. Com pouco trabalho, quase só assistiu à tourada lusa contra ‘la Roja’.

Pepe (45’, Ricardo Carvalho) – Entrou muito bem e cortou diversas investidas aos espanhóis. Uma muralha ao lado de Bruno Alves.

Danny (45’, Ronaldo) – O mago do Zenit S. Petersburgo interpretou muito bem o papel de maestro no contra-ataque português durante a segunda parte e foi um perigo à solta na defesa de Espanha.

Manuel Fernandes (62’, Carlos Martins) – Foi o único que não se exibiu ao melhor nível. Pareceu desenquadrado no tempo que esteve em campo e perdeu a bola por diversas vezes.

Hugo Almeida (76’, Postiga) – Esteve pouco tempo em campo, mas ainda foi a tempo de fechar com o 4-0 a goleada lusa ao som dos ‘olés’ das bancadas.

Paulo Machado (88’, Nani) – Prémio para o médio do Toulouse, que debutou contra os campeões do Mundo numa noite mágica da Selecção.