A FIFA confirmou que continua “em permanente contacto” com a Federação Portuguesa de Futebol e a “acompanhar de perto” o processo, ainda barrado pelas associações, de adaptação dos estatutos ao novo regime jurídico.

Num esclarecimento prestado à Agência Lusa, fonte da FIFA reiterou que está a par do impasse na actualização dos estatutos, que já levou o secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, a admitir terça-feira fazer uma ponderação sobre um eventual agravamento da suspensão em vigor, ou até mesmo o cancelamento do estatuto de utilidade pública.

No plenário do Conselho Nacional do Desporto, que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, Laurentino Dias advertiu que o cancelamento, a posição extrema, terá “consequências devastadoras para o futebol”.

A FIFA, porém, não quer, para já, comentar eventuais consequências punitivas à FPF, pois “de momento, o organismo não pode, nem quer, especular sobre cenários que não existem”.

Na hipótese mais radical, a FPF deixaria de representar o país em qualquer competição internacional, bem como os clubes. Ao filiado português estaria também vedado o poder de homologar qualquer título das provas internas, inclusive o de campeão nacional da Liga.

No programa televisivo de segunda-feira da SIC Notícias o Dia Seguinte, Laurentino Dias falou de uma carta endereçada pela FIFA à FPF a aconselhar a adopção dos novos estatutos, que merecem o aval do organismo máximo do futebol mundial.

Contactada pela Agência Lusa, fonte da FPF remeteu para as declarações do presidente do organismo, Gilberto Madail, logo depois de novo chumbo aos novos estatutos em Assembleia-Geral, a 22 de Maio.

Logo depois de vingar a posição das associações, que continuam a barrar a actualização dos estatutos, por perderam a maioria de votos, Gilberto Madail manifestou “angústia e preocupação”, até porque o novo texto estava em sintonia com FIFA e UEFA.

"Preparámos os estatutos que tínhamos a certeza que estavam dentro da legalidade, dentro dos parâmetros exigidos pela FIFA e UEFA, mas foram logo rejeitados. Saio com alguma angústia e preocupação de ver o que vai acontecer a seguir", disse Gilberto Madaíl no final da reunião magna.