Sempre sob o comando de Carlos Queiroz, o sonho começou com uma cabeçada de Paulo Alves que deu a vitória frente à Checoslováquia, a dois minutos do fim do primeiro jogo em Riade, e terminou com a grande penalidade cobrada por Rui Costa, que, dois anos depois no repleto estádio da Luz, derrotou o Brasil e consagrou Portugal bicampeão Mundial.

Luís Figo e Rui Costa destacaram-se internacionalmente e, juntamente com os “notáveis” Paulo Sousa, Fernando Couto, João Vieira Pinto, Jorge Costa e Abel Xavier, formaram durante quase 14 anos a espinha dorsal da selecção principal.

No entanto, dos 34 “putos maravilha”, nem todos integraram a chamada “geração de ouro” do futebol português.

Pelo caminho ficaram Morgado, Xavier, Resende, Luís Miguel, Gil e Toni, praticamente caídos no esquecimento, algo que o persistente Tó Ferreira ainda tenta contrariar – aos 39 anos, é o único campeão do Mundo ainda em actividade.

O guarda-redes do Boavista é a excepção, enquanto a maioria ainda permanece ligada à modalidade, seja com funções administrativas – como Figo, no Inter Milão, Rui Costa, no Benfica, e Fernando Couto, no Sporting de Braga –, ou como treinadores, com mais ou menos sucesso – casos de Bizarro, Brassard, Paulo Sousa, Paulo Torres, Peixe, Rui Bento, Capucho, Tulipa, Filipe, Amaral, Resende, Hélio, Folha, Valido, Paulo Alves e Luís Miguel.

Jorge Costa já esteve no comando de várias equipas, mas anunciou o abandono em Dezembro de 2010, tal como o agora empresário Gil – uma actividade também seguida por Paulo Madeira –, enquanto Abel Silva integra o departamento de prospecção do Benfica. Nélson ainda arriscou o dirigismo, na presidência do Rio Tinto, mas depois dedicou-se ao futebol de formação.

Ainda ligado ao futebol estão Cao, que concilia o cargo de treinador dos iniciados do Oeiras com o trabalho em artes gráficas, e João Vieira Pinto, que é comentador desportivo e vice-presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol.

Já Toni trabalha na construção civil no Luxemburgo, Morgado é mediador de seguros, João Oliveira Pinto e Jorge Couto exercem no ramo imobiliário e Xavier é chefe de armazém na Marinha Grande.

Tó Zé, o “capitão” que ergueu a taça em Riade, a 03 de Março de 1989, voltou aos estudos, enquanto Abel Xavier, que recentemente se converteu ao islamismo e adoptou o nome de Faisal, tentou uma carreira como actor em Hollywood e anunciou o lançamento de um projecto filantrópico.

Todos partilham as conquistas, repetidas apenas por Brassard e João Vieira Pinto, que mudaram a face do futebol português em 1989 e 1991 e vão reunir-se no sábado para uma homenagem, organizada pela Comissão de Veteranos do Sporting e pelas Câmaras Municipais de Seixal e Almada.

As receitas do evento revertem para o centro de acolhimento temporário “Janela Aberta”, para crianças em risco.