Entre Portugal e Argentina, cotadas no “ranking” FIFA em oitavo e quinto lugares, respectivamente, há alguns aspectos comuns no seus trajecto recente, o primeiro dos quais o facto de terem sido as últimas selecções a derrotarem o actual campeã da Europa e do Mundo, a Espanha.

Mais do que derrotar os espanhóis, por hoje proeza ao alcance de muito poucas equipas, o que surpreendeu verdadeiramente foram os números das vitórias de Portugal (4-0) e Argentina (4-1), que se vão defrontar pela sétima vez, depois de seis particulares, o último dos quais em 1972, no Rio de Janeiro, que terminou com a única vitória lusa (3-1), contra quatro dos sul-americanos.

Outro ponto comum entre ambas resulta da modesta participação no Mundial da África do Sul, para o qual partiram como potenciais candidatos a discutirem o título juntamente com Espanha, Brasil, Alemanha, Itália, Holanda e Inglaterra.

A selecção portuguesa “caiu” nos oitavos de final “aos pés” da Espanha enquanto os argentinos se quedaram pelos quartos de final perante a Alemanha.

Os respectivos seleccionadores, Carlos Queiroz e Diego Maradona, acabaram por ser afastados dos cargos que ocupavam em consequência da má prestação competitiva na prova, a despeito das circunstâncias distintas que envolveram as saídas de um e de outro.

Os respectivos sucessores, Paulo Bento e Sérgio Batista, antigo internacional argentino, campeão do mundo em 1986, tiveram o mérito de criar um clima saudável de grupo e transmitir uma ideia de identidade colectiva que permitiu potenciar o talento dos jogadores que têm à disposição, de que são exemplo mais notório a subida de rendimento observada em Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.

O facto do jogo ser particular não estarem pontos em jogo pode contribuir para proporcionar uma grande espectáculo de futebol, se os aspectos tácticos não forem sobrevalorizados pelos dois seleccionadores a ponto de condicionarem a iniciativa e a criatividade dos artistas de ambos os lados.

Entre estes, registe-se a ausência de Pepe do lado português e de Carlos Tevez e Kun Aguero do lado argentino, e a curiosidade de Sérgio Batista ter chamado dois jogadores que actuam em Portugal, o central Otamendi, do FC Porto, e o médio esquerdo Nico Gaitán, do Benfica.

A partida, cujo início está previsto para as 20h00 (hora portuguesa), será dirigida pelo árbitro suíço Massimo Busacca.