As associações de futebol decidiram hoje, por unanimidade, que aprovam a revisão dos estatutos da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) se a UEFA e a FIFA considerarem que o novo regime jurídico das federações desportivas pode ser adoptado.

«Finalmente, conseguimos encontrar uma solução que nos permite resolver esta questão», declarou, no final de uma reunião realizada em Coimbra, o porta-voz Júlio Vieira, presidente da Associação de Futebol de Leiria.

«De um vez por todas, iremos confrontar a FIFA e a UEFA com aquilo que é o actual regime jurídico. E perguntar se nos podemos plasmar nos estatutos da federação aquilo que são as obrigações que estão no regime jurídico. Se nos disseram que sim, automaticamente aprovamos os estatutos na assembleia (AG) da FPF», sublinhou.

Se a posição daqueles organismos for contrária, tal como é entendimento de várias associações, então «será um problema que a FIFA e a UEFA terão de resolver com o governo português».

Diz ser entendimento de que o regime jurídico das associações desportivas viola o código eleitoral e os estatutos de FIFA e UEFA, pela «ingerência grosseira no movimento associativo deste regime jurídico».

«É preciso que cada um assuma as suas responsabilidades e é isso que pedimos e exigimos ao presidente da FPF, que nunca o fez ao longo destes dois anos e meio», disse, acrescentando que essa reunião com Madaíl terá de acontecer já na próxima semana, dado ser um problema urgente, que põe em causa tudo no futebol português.

Júlio Vieira nem põe em questão que Madaíl recuse a proposta, porque «qualquer pessoa que é presidente de uma instituição como a FPF, numa situação como esta, vai saber assumir as suas responsabilidades».

«Se não as souber assumir, obviamente que vai ter de actuar em conformidade com isso», sublinhou.

Na sua perspectiva, recorrer aos serviços jurídicos da FPF para adaptar os estatutos, tal como já foi decidido pela direcção, «não faz qualquer sentido».

«Tem de passar por uma AG e não por uma decisão da direcção, que nesta altura não tem qualquer legitimidade para tomar decisões de fundo como esta», porque os órgãos sociais da FPF acabaram o mandato em Novembro.

Para Júlio Vieira, é do futebol que depende a resolução deste problema, porque «infelizmente da parte do poder político assiste-se a uma total irresponsabilidade», nomeadamente da «parte do Governo».

«Tem um ministro que durante seis anos não se pronuncia e a primeira vez que o faz é na Assembleia da República, para fazer ameaças. Um secretário de Estado incompetente, que, durante dois anos e meio, não conseguiu fazer implementar um regime jurídico, o mais nefasto da história da democracia portuguesa», observou.

O dirigente falou ainda de «um partido da oposição que nem perguntas na Assembleia da República sabe fazer, como se viu ao ministro», pelo que «resta aos homens de futebol resolver os seus próprios problemas, e é essa a esperança que temos».

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