O presidente da Associação de Futebol de Leiria, Júlio Vieira, justificou hoje o pedido de suspensão da Assembleia-Geral (AG) Federação Portuguesa de Futebol, aprovado por maioria, com a vontade de resolver o problema dos estatutos.

«Parecia que havia consenso generalizado na assembleia de que era importante suspendê-la até ao próximo dia 30 e agendar uma outra, de maneira a ultrapassar a questão dos artigos que estão em aberto nos estatutos. E, depois, aprovar o regulamento eleitoral de acordo com os artigos que foram chumbados na primeira sessão desta assembleia», explicou Júlio Vieira.

Após a segunda suspensão desta AG extraordinária, o dirigente leiriense reiterou a intenção de reunir todos os sócios para que sejam aprovados os artigos dos estatutos, referentes à composição e proporcionalidade da AG e a aplicação do método de Hondt na eleição para os conselhos de Arbitragem, Disciplina, Justiça e Fiscal, chumbados na especialidade a 19 de Março.

«Foi proposto por nós, Leiria, de que até ao dia 30 fosse constituído um grupo de trabalho, que posteriormente será alargado a todos os sócios da federação, para definitivamente chegarmos a um acordo que permita resolver o problema estatutos», referiu, salientando que os resultados vão depender da concertação feita até essa data.

Admitindo a aprovação dos estatutos e do regulamento eleitoral decorrentes do Regime Jurídico das Federações Desportivas, Júlio Vieira assegurou que serão feitos pedidos de alterações.

«Ninguém se revê neste regime jurídico, ninguém se revê neste modelo, portanto, mesmo que venhamos a aprovar os estatutos e o regulamento eleitoral será com o pressuposto de termos um documento subscrito por todos que assuma, de forma clara, que não nos revemos neste modelo, que o queremos alterar e vamos reivindicar isso junto do próximo Governo que será empossado em Portugal», frisou.

O dirigente leiriense recordou que «este impasse resulta de divergências com o regime jurídico há três anos e meio” e que “não é agora, por mais 15 dias ou um mês, que vai prejudicar o que quer que seja», recusando admitir que o futebol português fique a perder com este adiamento.

«O que importa aqui é resolver o problema. A nossa proposta foi imbuída nesse espírito, para encontrar uma solução para o problema», concluiu.

Nesse dia, foram chumbados três artigos dos estatutos na especialidade, depois de o projecto de adaptação dos estatutos ter sido aprovado na generalidade.