Lourenço Pinto, presidente da Associação de Futebol do Porto, admitiu hoje à agência Lusa que não estão ainda reunidas as condições para o consenso necessário à aprovação dos estatutos da Federação na Assembleia-Geral de 30 de Abril.

Referindo-se à reunião da próxima segunda-feira entre a direcção da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e os seus sócios, o dirigente disse: «Se o encontro tiver por base de trabalho apenas o conteúdo já reprovado, será um acto sem qualquer interesse e, por isso, não contará com a presença de alguns associados, nomeadamente a AF Porto».

A reunião de 18 de Abril dará continuidade à do passado dia 12, marcada após a suspensão dos trabalhos da Assembleia-Geral extraordinária da FPF, na sequência de um requerimento apresentado pela Associação de Futebol de Leiria e aprovado por 29 dos sócios ordinários.

O líder da maior estrutura associativa, que tem liderado a contestação ao projecto de alteração de estatutos federativos, contrariou, deste modo, as palavras de Amândio de Carvalho, vice-presidente da FPF, que no final da reunião de terça-feira afirmou existir já um «princípio de consenso».

«Não reuniu consensos, nem os poderia ter obtido face à ausência de mais de três quartos dos sócios nesse encontro», afirmou Lourenço Pinto, considerando que a direcção federativa não interpretou correctamente a sugestão saída da reunião magna de 2 de Abril, que apontava para uma reunião alargada, onde essa mesma direcção ouviria todos os sócios federativos.

«Não por intermédio do presidente da FPF, mas por um vice-presidente, marcou-se essa reunião para 11 de abril, apenas com alguns sócios, o que foi rejeitado por várias associações, considerando que a matéria é complexa e deve ser discutida e ultrapassada por todos e não por alguns», sublinhou Lourenço Pinto.

A direcção de Gilberto Madail marcou então novo encontro para 12 de Abril, «o que impossibilitou a presença de outras associações, inclusive a da AF Porto».

«É do interesse de todos que a reunião da próxima segunda-feira não seja para trabalhar sobre factos consumados», alertou o dirigente associativo.

Apesar das reticências colocadas, o líder da estrutura portuense deixa «portas abertas» ao entendimento: «Espero que se trabalhem novos elementos contemporizadores e que estes possam trazer alguma dignidade à reunião, para que a justiça e a equidade sejam encontradas por todos e de boa-fé».

A reunião da próxima segunda-feira é convocada pela direcção da FPF com o objectivo de encontrar um consenso sobre o projecto de Estatutos e o Regulamento Eleitoral, de forma a serem votados em nova sessão da AG extraordinária, marcada para 30 de Abril.

Em causa estão três artigos do novo modelo estatutário que tinham sido chumbados na especialidade, na sessão magna de 19 de Março, depois de aprovado na generalidade o articulado em conformidade com o Regime Jurídico das Federações Desportivas.

O método de Hondt na eleição para os conselhos de arbitragem, justiça, disciplina e fiscal da FPF, assim como o modelo de representatividade, são as matérias que suscitam mais polémica e que serão novamente submetidas a votação na reunião magna.