Uma rotura de ligamentos num joelho afastou Paulo Pilar da fase final do campeonato do Mundo de sub-20 em 1991, mas não retirou a sensação do título conquistado por Portugal em Lisboa, que lhe foi dedicado.

«No final, o Peixe levantou a taça e apontou para a tribuna, onde eu estava, a fazer o sinal de ‘gordo’, porque eu era forte e era assim que eles me tratavam. Depois, o Rui Costa dedicou-me o título quando falou à imprensa», recordou Paulo Pilar, em declarações à agência Lusa.

Aos 39 anos, o antigo jogador, que o mediatismo quis esconder da História, reconhece que esta grave lesão o arredou de um momento de viragem do futebol português, quando jogava no Atlético por empréstimo do Sporting e fazia parte dos planos do seleccionador luso, Carlos Queiroz, desde os seus 17 anos.

«Estava há quatro anos na equipa que chegou a essa fase final, estive sempre presente até ao momento da lesão. É por isso que também me sinto campeão, tal como todos reconhecem, especialmente os meus colegas de então», recordou o antigo jogador.

A lesão contraída alguns meses antes da fase final do Mundial de 1991 obrigou Paulo Pilar a parar durante quase dois anos.

«Foi como começar a andar de novo, como se fosse uma criança a dar os primeiros passos», frisou.

O azar bateu à porta de Paulo Pilar quando era apontado como uma das maiores esperanças do futebol de formação.

«O Queiroz costumava jogar com o Figo na direita, comigo na esquerda e o João Pinto mais ao meio. O Peixe jogava atrás de nós e mais tarde apareceu o Rui Costa», explicou.

Vinte anos depois, o dia de 30 de Junho de 1991 permanece vivo na memória de Paulo Pilar, que se apoiou em duas muletas para ver o jogo da final com o Brasil, no “lotadíssimo” Estádio da Luz, em Lisboa, onde fez os comentários para uma estação de rádio.

Paulo Pilar ainda voltou a jogar futebol, contando passagens por Portimonense, Farense, Académica, Vizela e Fanhões, sem nunca se afirmar no Sporting.