O secretário de estado da Juventude e do Desporto, Alexandre Mestre, afirmou sexta-feira à noite que o Governo poderá intervir junto do futebol, mas que tal só acontecerá quando for realmente necessário.

O governante, que falava durante a cerimónia de comemoração do 101º aniversário da Associação de Futebol de Lisboa, em Sintra, respondeu desta forma ao pedido de Carlos Ribeiro, presidente da Associação de Futebol de Lisboa, que pedia uma maior ação estatal junto das necessidades dos clubes, nomeadamente no que toca ao policiamento dos jogos e deslocação às ilhas.

«Defendo que as organizações devem ser autónomas. O Estado só deve intervir se for um valor acrescentado. A verdade é que todos reclamam a intervenção do Estado. Parece a quadratura do círculo. Policiamento, fiscalidade, apostas on-line, deslocações às ilhas, etc... Há assuntos que reclamam urgência. Peço mais um pouco de paciência. Vamos fazer as coisas nos timings possíveis. Temos vontade de trabalhar em conjunto», admitiu Alexandre Mestre.

No que toca ao regime jurídico das federações, Alexandre Mestre chamou a atenção para o facto de em 2012 se realizarem Jogos Olímpicos, em Londres, e que uma mudança da legislação nesta altura poderá fazer alterações profundas em todas as modalidades.

«A legislação em que o Estado intervém tem de ser pensada. Quando se pensa um pedido de alterações da legislação para o futebol há que ter em atenção se isso não afeta também as outras modalidades desportivas. Estamos a entrar em ano olímpico [Londres2012]. Uma mudança pode alterar o percurso do ciclo olímpico português», salientou o governante.

No ato, Júlio Vieira, representante das associações distritais, revelou que a Secretaria de Estado do Desporto irá receber o organismo na próxima terça-feira e na reunião serão discutidos os assuntos que afetam o futebol amador.

Na cerimónia marcaram ainda presença Fernando Gomes, presidente da Liga de Clubes, bem como António Sequeira e Soares Franco, todos candidatos à presidência da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Apenas António Sequeira mostrou disponibilidade para falar, tendo reiterado que mantém a sua convicção de que irá vencer o ato eleitoral na FPF.

«Tenho a esperança e quase a certeza que isso vai acontecer», referiu António Sequeira, que «estranhou» o fato de Fernando Gomes ser candidato à presidência da FPF, uma vez que já preside à Liga e é vice-presidente da federação.

Luís Guilherme, presidente da APAF, Vítor Pereira, do Conselho de Arbitragem, Amândio de Carvalho, vice-presidente da Federação, Beto, responsável pelas relações externas do Sporting, e várias pessoas ligadas às direções de clubes da AF Lisboa, também marcaram presença no evento.