Em causa está um diferendo entre vários clubes e o atual presidente da AFL, Carlos Ribeiro, quanto ao sentido de voto nas eleições da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), com os primeiros a apoiarem Fernando Gomes e o segundo Carlos Marta, de cuja lista faz parte.

Hoje, no requerimento para uma AG extraordinária, os 15 clubes, com um total de 547 votos, indicam como ordem de trabalhos a “apresentação, discussão e votação de uma moção de censura”, com a “consequente exoneração” e “a marcação de eleições antecipadas” para a AFL.

No segundo ponto da Ordem de Trabalhos, os signatários justificam a atitude com a vontade de que “os clubes de Lisboa sejam representados por quem, com legitimidade renovada, se identifique com as suas posições, valores e princípios e não por quem integra listas candidatas a esse ato eleitoral” na FPF.

Carlos Ribeiro, presidente da AFL, é candidato a vogal da Direção na lista hoje apresentada por Carlos Marta, na sede da FPF, para as eleições de 10 de dezembro.

A tomada de posição é justificada em vários pontos, mostrando a clivagem existente entre o presidente da AFL e alguns clubes, naquilo que estes dizem ser uma “clara contradição com as posições assumidas pelos clubes que era pressuposto [o Presidente da AFL] representar”.

Na explicação, os clubes lembram que o processo da adequação dos estatutos da FPF ao novo Regime Jurídico das Federações Desportivas se “arrastou por um período de tempo incompreensivelmente longo”, no qual tomou parte Carlos Ribeiro, em contradição com a vontade dos clubes.

O presidente da AFL é ainda acusado de “ânsia de protagonismo” e de “vontade de integrar uma lista concorrente aos órgãos da FPF”, independentemente de essa lista não ser a que os clubes da AFL reconhecem como a melhor.

Os clubes consideram “insustentável” que o delegado da Associação na AG eleitoral da FPF “não esteja identificado com a posição que estes têm assumido, antes fazendo tábua rasa da respetiva e sucessiva manifestação de vontade de apoiar outra lista que não a que patrocina e integra, a título meramente pessoal, o presidente da AFL”.

“O voto da AFL na referida reunião eleitoral deverá ser utilizado para apoiar quem os clubes querem e não quem oferece lugares ao presidente da Direção da AFL”, acusam ainda aqueles 15 clubes de Lisboa.

No requerimento é pedido que o presidente da Mesa da AG da AFL proceda à convocação de uma reunião magna extraordinária no prazo máximo de 20 dias.

Além de Benfica e Sporting, subscrevem o pedido Belenenses, Atlético, Estoril-Praia, SL Olivais, Alverca, 1.º Dezembro, Igreja a Nova, Pêro Pinheiro, Tires, Loures, Vilafranquense, Castanheira e Oriental.