Luís Guilherme, candidato à presidência do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), lamentou hoje que Vítor Pereira tenha inviabilizado a constituição de uma lista consensual de árbitros, para submeter a sufrágio a 10 de dezembro.

«Queremos dizer de forma muito clara que tudo fizemos para haver uma lista consensual. Esgotámos todas as possibilidades para que fosse possível», afirmou Luís Guilherme, na apresentação da lista independente ao CA da FPF, na sede da estrutura federativa.

Luís Guilherme historiou o processo de negociação, iniciado a 17 de outubro, em que a APAF (Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol) propunha um elenco a Vítor Pereira, na altura pré-anunciado candidato à presidência do CA da FPF na lista encabeçada por Fernando Gomes.

Esse elenco teria Vítor Pereira como presidente e Luís Guilherme e Paulo Costa entrariam «nos lugares que ele entendesse».

Mais tarde, já com contactos feitos pela APAF, as negociações repetiram-se e Luís Guilherme salientou que Vítor Pereira comunicou que ele vetaria os nomes, justificando que a escolha seria da sua responsabilidade.

Também Carlos Marta, candidato a suceder a Gilberto Madail, manifestou algum desagrado por não ter sido possível apresentar uma lista consensual para o CA da FPF.

Presente na apresentação da lista independente liderada por Luís Guilherme, Carlos Marta sublinhou que a sua candidatura desejava «apoiar uma lista consensual».

«Sempre dissemos que iriamos apoiar uma lista independente», disse Marta, acrescentando que a sua presença «é claramente um apoio» à lista de Luís Guilherme, que integra os ex-árbitros internacionais Lucílio Batista e Paulo Costa.

Com o lema «Pela Independência da Arbitragem», a lista liderada pelo atual presidente da APAF pretende ter uma atitude reformista e uma abertura aos agentes do futebol e à sociedade civil, nomeadamente ao ensino superior.

Na divulgação dos vetores da candidatura, Luís Guilherme enfatizou a «independência» da lista, revelando que as propostas consubstanciam romper com «o atual modelo da arbitragem».

"Queremos prestar um serviço ao futebol e à arbitragem", disse, referindo que a APAF ainda não tem sentido de voto quanto aos restantes órgãos dos corpos gerentes da FPF (direção, mesa da assembleia-geral, conselho fiscal, conselho de justiça e conselho de disciplina).

Luís Guilherme, que disse ter recebido hoje telefonema de Fernando Gomes a declinar convite para estar presente, afirmou a intenção de «ter uma arbitragem de excelência», promovendo «a independência, o respeito, a transparência, a justiça e a igualdade entre os árbitros».

A lista aposta ainda numa estratégia nacional de formação, no envolvimento e cooperação da arbitragem com todos os agentes do futebol e na valorição da avaliação, além da criação de um DTN (Diretor Técnico Nacional) a tempo inteiro e na profissionalização de todo o setor da arbitragem «e não apenas dos árbitros».