Fernando Gomes e a direção a que preside serão empossados no sábado na Federação Portuguesa de Futebol num quadro de poderes muito mais reforçados do que os que acompanharam os sucessivos mandatos de Gilberto Madaíl, o presidente cessante.

Nos estatutos atuais, de maio passado, passam para a competência da Direção, nomeadamente, a definição do plano de provas, calendário e número de equipas nas competições, bem como a possibilidade de adquirir, alienar ou onerar imóveis.

Um reforço que teria agradado a Madaíl, que liderou a FPF por 16 anos e "governou" com os estatutos que vigoraram entre novembro de 1998 e este ano, com sucessivas alterações, e em que a definição do quadro competitivo e a autorização para vender estavam reservados à Assembleia-Geral.

Os estatutos da FPF tiveram de ser adaptados ao Regime Jurídico das Federações Desportivas e às regras da FIFA e da UEFA, um processo que não foi pacífico, mas que, finalmente, ficou concluído com a escritura notarial de 24 de maio, já a época findava.

O Comité de Emergência, que não tinha relevo estatutário, é uma das novidades no documento em vigor, sendo a escolha dos seus nomes uma competência do presidente, que também convoca as suas reuniões, a que preside.

Os poderes específicos do presidente também são reforçados a nível negocial: passa a poder negociar contratos, de qualquer natureza, uma competência que antes era da direção federativa.

Fernando Gomes, que deve abdicar do cargo de presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional durante o dia de hoje, vai ser empossado no sábado como presidente da FPF, numa cerimónia marcada para as 13h00, no Hotel Dom Pedro, em Lisboa, depois de ter batido o presidente da Câmara Municipal de Tondela, Carlos Marta, nas eleições do último sábado por 10 votos (46-36).