Um «quisto sebáceo na barriga, que crescera bastante no espaço de um mês», foi o motivo que forçou Danny a pedir dispensa à última hora da seleção para os jogos com Islândia e Dinamarca, revelou o futebolista à Agência Lusa.

«Já tinha o quisto há muito tempo, mas no último mês crescera bastante. Além disso, não estava bem do joelho e não fazia sentido tirar o lugar a um colega que estivesse a cem por cento», explicou Danny, que aproveitou a paragem para se sujeitar a uma «pequena intervenção cirúrgica» para extrair o quisto.

O jogador confessou a sua estupefação pelas especulações que se levantaram em Portugal com esse caso, nomeadamente que «tinha contraído cancro», deixando «preocupados amigos e familiares», situação que o deixou «triste».

O avançado lamentou que os seus golos e assistências ao serviço do Zenit não mereçam «a mesma atenção» e que as pessoas «procurem sempre o lado negativo das coisas», como sucedeu neste caso em que foi alvo «até das revistas com mais audiência em Portugal».

Quanto ao seu problema no joelho fez uma confissão: «Tenho uma fissura no menisco que vai obrigar-me a ser operado, mas vou esperar pelo final da época. Os médicos disseram-me que se conseguisse fazer um bom trabalho de força muscular e equilíbrio do joelho em janeiro poderei aguentar mais um ano, ano e meio».

Aliás, Danny voltou a ser dispensado dos trabalhos da seleção depois da convocatória para os jogos do “play-off” do Euro 2012, por causa do menisco do joelho.

«Joguei pelo Zenit três jogos seguidos, ao domingo, à quarta e ao domingo, graças a infiltrações no joelho e quando cheguei à seleção o médico fez-me uma ecografia e confirmou o problema», contou Danny, para quem seria «uma estupidez» ficar em estágio «sem estar a cem por cento», pelo que abriu uma vaga que viria a ser ocupada por Vieirinha.

Os polémicos casos disciplinares envolvendo Ricardo Carvalho, Bosingwa e o selecionador Paulo Bento não podiam ficar à margem do comentário de Danny, para quem «casos semelhantes acontecem quase todos os dias nos clubes», com a diferença que não «saem cá para fora e são resolvidos internamente, ao contrário do que sucede na seleção».

Deu o exemplo do Zenit, onde por ano acontecem «10, 20, 30 situações nos treinos» em que as coisas «aquecem entre os jogadores», que acabam por ser solucionadas com «um pedido de desculpas ao treinador».

Por isso, entende que o problema foi «ter-se falado demais», visto que «erros todos cometem», às vezes durante os treinos quando os jogadores «reagem de cabeça quente», e não vê como é possível agora reverter a situação.

«Perdoar depende do selecionador», reconhece Danny, que não tem dúvidas que ambos «fazem falta à seleção» por serem jogadores com «provas dadas em clubes de dimensão mundial como o Real Madrid e o Chelsea», embora os que os vão substituir «também tenham qualidade».

Quanto ao facto de nunca se ter afirmado como titular na seleção, admite que é «complicado jogar” a extremo “quando há Nani e Ronaldo», mas confessa que fica «triste por ficar de fora», tanto mais que se considera «um jogador polivalente».

O avançado lembrou que no Zenit «joga livre, à esquerda, à direita, no meio campo, a número 10, atrás do ponta de lança» e que «nunca teve» essa oportunidade na seleção, talvez porque lá trabalha uns dias apenas numa semana, enquanto no clube fá-lo «diariamente».

Sobre os adversários da fase final do Euro 2012, elegeu a Holanda como a seleção com «mais qualidade» e que «melhor futebol pratica», considerou a Alemanha «a mais forte taticamente» e a Dinamarca um adversário que «conhece bem» Portugal.

No entanto, está otimista quanto ao apuramento de Portugal e explica porquê: «Acho que sem a pressão do povo português e com a maior confiança e motivação que os jogadores sentem com adversários tão fortes, temos mais possibilidades de seguir em frente».