A falta de sorte nos primeiros jogos da qualificação para o Euro2013 afetou a seleção feminina de futebol, mas a esperança em estar na Suécia continua intacta e todos têm a ambição de inverter a situação.

Três derrotas nos primeiros quatro encontros de apuramento para o Campeonato da Europa do próximo ano colocam a equipa das "quinas" a nove pontos da líder Dinamarca, mas desistir não passa pela cabeça de ninguém.

«Muito embora tenhamos tido três derrotas, duas delas foram por números tangenciais e as coisas podiam ter pendido para o nosso lado. Temos a esperança de conseguir reverter isso e, se fizermos dois bons jogos, contra Áustria e República Checa, as coisas estão em aberto. Matematicamente ainda é possível e vamos tentar tudo», explicou à Agência Lusa o selecionador António Violante, que assumiu a equipa feminina há cerca de um mês.

Apesar de ter passado dos relvados para os gabinetes há pouco tempo - «custa-me estar no banco e não dar algumas indicações» -. a anterior selecionadora, Mónica Jorge, que iniciou a fase de qualificação, conhece bem as ex-pupilas e garante que além de qualidade, existe ambição.

«Os últimos jogos foram um bocadinho complicados para nós, do ponto de vista emocional, porque foram jogos em que dominámos, mas infelizmente não conseguimos marcar. As outras equipas foram mais eficazes, mas deixou um sabor amargo, porque tínhamos qualidade para mais. A equipa tem muita qualidade, mas também ambição», refere a atual vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Entre as jogadoras, existe um sentimento de recuperação iminente, já que apenas tem faltado sorte nas partidas do Grupo 7 de qualificação para o Campeonato da Europa.

«Faltou-nos um pouco de sorte, mas não nos fica nada na consciência. Elas tiveram a sorte do lado delas, ao contrário de nós. Mas, acredito que os próximos jogos vão ser diferentes», garantiu à Lusa a guarda-redes Neide Simões.

Por seu lado, Tita justifica o desempenho com a velha máxima: «As oportunidades foram criadas por Portugal, mas foram elas que marcaram. Infelizmente, o futebol é mesmo assim. Quem marca mais é quem ganha.»

Mesmo com a tarefa dificultada, as jogadoras portuguesas mostram-se convictas numa presença no Euro2013, situação que até poderia adiar a «reforma» da mais experiente futebolista nacional.

«É um grande objetivo que tenho na minha carreira. Se isso for possível, claro que vou repensar a minha continuidade. É uma questão que está em aberto. É provável que deixe, mas se houver condições para continuar mais um ano... Também não escondo a vontade que tinha de fazer mais um ano, para completar 20 anos de carreira na seleção», revelou à Lusa Carla Couto, jogadora da Lázio, de Itália.

De regresso ao futebol feminino, depois de em 1993 ter integrado a equipa técnica liderada por António Simões, António Violante constata que há «uma certa melhoria» na modalidade, embora ainda haja espaço para uma maior evolução.

«Essencialmente, é necessário ter mais atletas, mais clubes a jogar futebol feminino e melhorar as condições de treino. São os três fatores fundamentais, para o desenvolvimento. Claro que para ter isto tudo, é necessário ter algum apoio económico», sublinha.
A mesma opinião tem Mónica Jorge, que pede maior atenção por parte dos «grandes» do futebol masculino.

«Falta competitividade, que os clubes apostem mais fortemente no futebol feminino. Se calhar, passa um pouco pelos clubes ‘grandes’ poderem dar esse salto, olharem para o futebol feminino como outro fator de rendimento e com direito à igualdade e à paridade. Quando isso acontecer, e os clubes começarem a levar o futebol feminino a sério, o próprio campeonato vai dar um salto e a seleção também vai ganhar com isso», alerta.

A seleção portuguesa de futebol feminino prepara o encontro de qualificação para o Euro2013, frente à Arménia, marcado para quarta-feira, no Estádio Municipal do Cartaxo.

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