O selecionador Edgar Borges reconheceu hoje, em entrevista à página oficial da FIFA, que a ausência de Brasil e da Argentina do Mundial de futebol sub-20 é um fator de preocupação para Portugal.

«O facto de Brasil e Argentina não estarem apurados preocupa-nos, porque se eles não estão é porque os que os eliminaram são melhores. Só podemos imaginar o quão poderosos são. Têm de ter uma geração de excelência para conseguirem deixar de fora brasileiros e argentinos», defendeu o selecionador português.

A equipa lusa parte para o Mundial Sub-20, que se disputa entre 21 de junho e 13 de julho, como cabeça de série número um, depois de ter sido vice-campeã mundial na Colômbia, em 2011.

«As expetativas são positivas, como é óbvio. Conseguimos o apuramento e, se estamos entre as melhores seleções do Mundo neste escalão, temos a responsabilidade e a obrigação de dar o nosso melhor na Turquia. Queremos jogar bom futebol e, obviamente, aliar isso aos bons resultados», garantiu Edgar Borges, que substituiu Ilídio Vale, o homem que orientou a seleção na derrota frente ao Brasil, por 3-2 no prolongamento, em 2011.

Para o selecionador, o importante é dignificar «o nome de Portugal e do futebol português».

«Dizem que, por sermos vice-campeões, para fazermos melhor temos ser campeões, mas isso é vender a banha da cobra. Há sempre três resultados em cada jogo, mas os outros também procuram o triunfo. Prometemos é que vamos dar tudo o que temos e não temos... Isso é ponto de honra. Temos as nossas qualidades, as nossas ambições e, jogo após jogo, é o que der», acrescentou.

Edgar Borges recusou o favoritismo, reforçado com os dois títulos mundiais de Sub-20 no palmarés (1989 e 1991), mas não negou que os portugueses podem sonhar, embora «criar expectativas demasiado altas nesta fase» não faça muito sentido.

O selecionador confessou que conseguir a qualificação para a segunda fase vai ser «muito complicado», com o Mundial vir a ser decidido «por pequenos detalhes».

«As seleções que conheço melhor são as da Europa, claro, porque disputámos a fase final do Europeu de sub-19. Com essas equipas, vamos ter sempre 50 por cento de hipótese para qualquer lado e já provámos isso. São todas excelentes equipas e o mesmo acontece com as sul-americanas e as africanas», concluiu.