A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) lamentou esta quarta-feira a «permanente guerrilha empreendida» pela Liga, que visa apenas disfarçar «insucesso, incapacidade e incompetência» da atual direção nos atuais desafios do futebol nacional.

«A FPF lamenta a política de permanente guerrilha empreendida pela atual direção da Liga, que visa não mais do que encontrar em terceiros uma justificação para o insucesso, incapacidade e incompetência que vem demonstrando em fazer face aos grandes desafios que se colocam ao futebol nacional em virtude da atual conjuntura económica e social. Este posicionamento afasta potenciais investidores no futebol português e não contribui para a criação de um único posto de trabalho neste setor», defende o organismo.

Este comunicado da FPF, publicado no seu site oficial, surge como resposta a um outro da Liga, em que o organismo liderado por Mário Figueiredo acusa a federação de «imprudência e ligeireza» ao ter submetido ao governo a apreciação do litígio pendente entre «dois entes privados», violando assim o «compromisso arbitral constante estatutos da FIFA».

Nesse sentido, a secretaria de Estado da Juventude e do Desporto aceitou o pedido da FPF e incluiu a discussão do diferendo existente com a Liga na próxima reunião do Conselho Nacional de Desporto.

De acordo com a FPF, em causa está a falta de pagamento por parte da Liga das quotas de inscrição e transferência de agentes desportivos.

«A FPF entende que estes devem ser discutidos nos locais e momentos apropriados, com recato e elevação. Importa ainda realçar que o tema em questão, agora considerado pela Liga como uma dívida indevida, foi sempre respeitado por todas as direções da Liga, onde se inclui também a atual direção, que, há bem pouco tempo, procedeu a pagamentos relativos às quotas de inscrição e transferência de agentes desportivos».

O organismo liderado por Fernando Gomes termina o comunicado referindo que, mesmo com os «constantes ataques» de que tem sido alvo pela atual direção da Liga, desde o momento em que se opôs ao alargamento do campeonato principal, a FPF «mostrou sempre total solidariedade e disponibilidade».

«Infelizmente, as permanentes polémicas e tropelias em que se envolve o presidente da Liga contribuem apenas para o descrédito da instituição a que preside. As desculpas de mau pagador lavradas em comunicados fazem-nos temer cada vez mais pela sustentabilidade financeira de um organismo que devia ser um polo de estabilidade e desenvolvimento do futebol profissional», conclui.