A Inglaterra, inventora do futebol, conquistou o Mundial de 1966 em casa, como Uruguai e Itália nos anos 30, numa prova que acabou com polémica e foi marcada individualmente pelo português Eusébio.

O "pantera negra" foi o melhor marcador, com nove tentos, e as suas exibições ainda hoje são lembradas em Inglaterra, onde brilhou sobretudo nos quartos de final, face à Coreia do Norte, à qual marcou quatro golos seguidos, depois de os asiáticos terem chegado a 3-0.

A categoria do jogador do Benfica, nascido em Moçambique, só chegou, porém, para os "magriços" alcançarem o terceiro posto, já que, nas "meias", os anfitriões bateram Portugal por 2-1, com um "bis" de Bobby Charlton, e embalaram para o cetro, conquistado com polémica, face à RFA.

A final chegou empatada ao final do tempo regulamentar (2-2) e só foi decidida no prolongamento, depois de um dos golos mais controversos da história, apontado, aos 101 minutos, por Geoff Hurst: terá a bola entrado? a dúvida mantém-se.

O que é facto é que o golo foi validado, e os ingleses, que tinham estado a perder por 1-0 e depois a ganhar 2-1, não mais perderam a liderança e ainda a reforçaram, em "cima da hora", com o "hat-trick" de Hurst.

Hurst foi, por todos os motivos, a grande "estrela" da final, mas a Inglaterra venceu porque Alf Ramsey tinha ao seu dispor um excelente lote de jogadores, como o guarda-redes Gordon Banks, Jackie Charlton, Bobby Moore, Bobby Charlton, Roger Hunt e Martin Peters.

Antes de "derrubar" portugueses e alemães, a Inglaterra venceu o seu grupo na primeira fase, com dois triunfos - 2-0 a México, com tentos de Bobby Charlton e Hunt, e França, com um "bis" de Hunt -, após um "nulo" com o Uruguai, e, nos "quartos", ganhou à Argentina por 1-0 (golo de Hurst).

Numa competição dominada pelos europeus, os três candidatos a conquistar a Taça Jules Rimet dececionaram, entre eles o bicampeão em título Brasil, que "caiu" na primeira fase, após derrotas por 3-1 com Hungria e Portugal.

Por seu lado, a Itália, campeã em 1934 e 1938, ficou também na fase inicial, vergada a uma impensável derrota frente à surpreendente Coreia do Norte (0-1), enquanto o Uruguai, vencedor da prova em 1930 e 1950, foi goleado (0-4) pela RFA nos quartos de final.

A competição não sofreu alterações no seu formato - quatro grupos de quatro equipas na primeira fase e depois jogos a eliminar, a partir dos quartos de final -, e foi também igual no que respeita a golos (89, em 32 jogos).

De 11 a 30 de julho, em Londres, Liverpool, Sheffield, Sunderland, Birmingham, Manchester e Middlesbrough, evoluíram nos relvados ingleses 16 seleções, 10 das quais europeias e apenas duas estreantes (Portugal e Coreia do Norte).

Nas bancadas, estiveram presentes mais de 1,6 milhões de espetadores, que não tiveram a oportunidade de observar qualquer equipa da África, continente que optou pelo boicote, devido à decisão da FIFA de obrigar o primeiro classificado africano a defrontar uma seleção da Ásia ou da Oceânia para chegar à fase final.