O selecionador Paulo Bento faz um «balanço positivo» de dois anos no comando técnico da seleção portuguesa de futebol, que herdou em posição delicada na qualificação para o Europeu de 2012 e levou às meias-finais da competição.
Em entrevista à agência Lusa, Paulo Bento recordou o trajeto desde que foi apresentado como treinador da formação lusa, há exatamente dois anos, e advertiu para a «importância» de assegurar a qualificação para o Mundial de 2014, no Brasil.
«O balanço tem que ser considerado positivo, em função do contexto que encontrámos quando chegámos e a classificação ao fim de dois jogos da fase qualificação para o Euro2012», observou Paulo Bento, lembrando que Portugal tinha conquistado um ponto em dois jogos, depois do empate 4-4 na receção a Chipre e da derrota por 1-0 na Noruega.
Após recuper o atraso e assegur a presença na fase final da prova, no “play-off” com a Bósnia-Herzegovina, Portugal efetuou uma «campanha positiva» no Euro2012, caindo nas meias-finais e apenas no desempate por grandes penalidades, ante a Espanha, bicampeã europeia e campeã mundial, o que valeu à seleção «o reconhecimento dos portugueses».
«Por todos estes aspetos, pelos objetivos que alcançámos, penso que é um desempenho positivo e um trajeto que pode ser considerado positivo», sustentou Paulo Bento, que não hesitou no momento de aceitar o convite para suceder a Carlos Queiroz, mesmo perante um quadro classificativo desfavorável, pois «o desejo de qualquer treinador é ser selecionador nacional».
Para o técnico, a chave do sucesso passou por «ir ao encontro das características dos jogadores» e «arranjar um compromisso em termos coletivos» que permitisse construir um grupo empenhado em defender a camisola nacional: «Foi essa crença e esse compromisso que nos levou até ao Europeu e depois a fazer uma boa campanha».
Portugal entrou com duas vitórias na fase de apuramento para o Campeonato do Mundo de 2014, no Luxemburgo (2-1) e frente ao Azerbaijão (3-0), e Paulo Bento reconheceu a «importância» de marcar presença no Brasil, mas sem que isso traga uma pressão acrescida.
«É importante estar presente nas grandes competições que é aquilo que tem acontecido de 1996 para cá, com exceção de 1998. Depois, pelo facto de ser num pais em que a língua portuguesa está muito presente, mas isso por si só não nos deve trazer uma pressão acrescida», assinalou.
O selecionador quer manter a tendência de apuramento para as grandes competições internacionais, mas advertiu que o Mundial «já não é só um Europeu, acrescido do Brasil e da Argentina», reafirmando que Portugal não pode ser considerado favorito em 2014 caso conquiste a qualificação para a fase final.
«O primeiro e grande objetivo é chegar ao Brasil. Depois, logo definiremos. O que não me parece que seja prioritário é fazer algo mais do que nos concentramos e lutarmos por esse grande objetivo em 2014», defendeu à Lusa o selecionador nacional.