Antigo internacional e selecionador português de futebol, Humberto Coelho adverte para as dificuldades que Portugal encontrará nos próximos jogos de apuramento para o Mundial2014, em Israel e no Azerbaijão, que o atual vice-presidente federativo conhece melhor do que ninguém.

Humberto Coelho capitaneou a equipa lusa na única deslocação a Telavive, a 28 de outubro de 1981, que se saldou por uma pesada derrota por 4-1, e desempenhava as funções de selecionador no primeiro dos dois jogos disputados em Baku, no qual valeu um golo por Luís Figo para lá dos 90 minutos para salvar o empate 1-1.

Portugal despede-se do Mundial 1982 em Telavive

«[Em Israel, encontrámos] um ambiente de grande paixão e penso que é aquilo que vamos encontrar neste próximo jogo. Encontrámos uma equipa determinada e que nos surpreendeu, até porque tínhamos ganhado cá. São essas equipas que são capazes do pior, mas também do melhor e esse dia foi muito bom para eles», recordou Humberto Coelho em declarações à agência Lusa.

Menos de um ano depois de se ter imposto facilmente no Estádio da Luz, em Lisboa, a equipa lusa, orientada por Juca, sucumbiu à eficácia do avançado israelita Beni Tabak, autor de três dos quatro golos dos anfitriões, ao qual Portugal apenas conseguiu responder com o tento solitário de Jordão.

Além da derrota em Telavive, onde Portugal hipotecou em definitivo a presença no Campeonato do Mundo de 1982, o atual vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol tem outras razões para recordar com desagrado o único jogo que Portugal disputou em solo israelita, uma vez que saiu lesionado ao intervalo, tendo sido substituído por Dito.

Em 1999, Figo impede escândalo em Baku no caminho para o Euro 2000

A situação quase se repetiu 18 anos mais tarde, frente ao Azerbaijão, então com Humberto Coelho no comando técnico: depois de uma goleada por 7-0 em Guimarães, Portugal não foi além de um sofrido empate 1-1, num encontro recheado de peripécias.

«Faltou a luz, o jogo parou e jogámos no dia seguinte. Houve algumas contrariedades. Eles marcaram primeiro e depois foi muito difícil de recuperar, mas empatámos, o que foi bom também», observou Humberto Coelho, criticando também a qualidade do relvado do estádio em Baku.

O vice-presidente federativo apelou à determinação dos jogadores portugueses, pois estas «equipas são imprevisíveis em jogos desta natureza», assinalando que o palco do jogo de terça-feira, em Baku, é muito diferente do que encontrou a 03 de setembro de 1999.

«Agora penso que os campos são melhores, especialmente no Azerbaijão. É um estádio novo, com outras características do que aquelas que nós encontramos, pois era um campo que não estava em muito boas condições», observou.

Na rota para o Mundial 2014, Portugal tem de vencer Israel e Azerbaijão

Humberto Coelho considerou que os jogadores da seleção portuguesa têm «consciência» das dificuldades que encontrarão em Telavive e em Baku, «dois jogos muito importantes na caminhada para a fase final do Campeonato do Mundo de 2014.»

«Todos os jogadores e toda a estrutura querem estar no Brasil. Penso que isso é fundamental. É um Mundial em que, por todas as razões, é bom que estejamos presentes», sustentou.

Portugal, segundo classificado do grupo F europeu de apuramento para o Mundial de 2014, em igualdade pontual com Israel e a cinco pontos da líder Rússia, joga na sexta-feira em Telavive, em partida com início às 14h45 (12h45 em Lisboa), e quatro dias mais tarde em Baku, a partir das 21h00 (17h00 em Lisboa).