Paulo Bento já não é selecionador de Portugal. O técnico rescindiu, por mútuo acordo, o contrato com a Federação Portugal de Futebol, quatro anos depois de ter substituído Carlos Queiroz no cargo.
Ao longo de quase quatro anos (faria quatro anos a 7 de outubro), Paulo Bento realizou 45 jogos como selecionador das quinas, tendo conseguido apenas 53 por cento de vitórias: venceu 24, empatou 12 e perdeu nove encontros.
Ocupa nesta altura a terceira posição no ranking de selecionadores com mais jogos pela seleção A de Portugal, atrás de Carlos Queiroz (49) e Luz Felipe Scolari (74). A sua estreia foi a 8 de outubro de 2010, numa vitória por 3-1 sobre a Dinamarca no Estádio do Dragão e que permitiu a Portugal continuar a sonhar com o apuramento ao Euro2012.
Bento esteve presente em duas fases finais de grandes competições: foi afastado pela Espanha nas meias-finais do Euro2012, no desempate por grandes penalidades e não passou da fase de grupos no Mundial2014, onde perdeu com a Alemanha (0-4) e EUA (2-1) e venceu o Gana (2-1). A seleção das quinas tinha como objetivo chegar, no mínimo, aos quartos-de-final. As "meias" no Euro2012 foi o ponto mais alto à frente da seleção das quinas.
À frente de Portugal, conseguiu vitórias robustas frente ao Luxemburgo (5-0), Bósnia (6-2) e Camarões (5-1). A goleada frente a Alemanha por 4-0 no Mundial2014 foi a mais pesada.
O técnico iniciou a sua carreira numa equipa sénior no Sporting, onde esteve quatro anos e 15 dias. Depois de o presidente do Sporting na altura, José Eduardo Bettencourt, ter dito que Paulo Bento era para sempre (Paulo Bento for ever), o ex-internacional português viria a ser despedido após um empate com o Ventspils da Letónia (1-1) em Alvalade. Curiosamente, volta a deixar o cargo de treinador depois de um resultado negativo em casa: derrota por 1-0 frente a modesta Albânia.
A 4 de abril de 2014, antes de partir para o Brasil, o técnico e a FPF tinham prolongado o vínculo até 2016. Além de selecionador, Paulo Bento tinha assumido a "pasta" de coordenador técnico de Portugal. Esteve 16 dias no cargo.
Paulo Bento esteve praticamente quatro anos à frente da Seleção Nacional. Sai a 11 de setembro de 2014, com 47 jogos ao comando de Portugal desde que assumiu o banco, a 8 de outubro de 2010, na vitória sobre a Dinamarca (3-1) da qualificação para o Euro 2012.
Era um período conturbado na seleção nacional, no meio da polémica que envolveu Carlos Queiroz depois do Mundial 2010. Portugal tinha começado a campanha com o empate frente ao Chipre (4-4) e a derrota na Noruega (1-0).
A essa primeira vitória com Paulo Bento, no Dragão, seguiu-se uma série de resultados que recolocou Portugal na rota do apuramento. A primeira derrota aconteceu apenas um ano depois, de novo frente à Dinamarca. Para a seleção seguiu-se o play-off com a Bósnia que garantiu a presença no Euro 2012.
O Campeonato na Ucrânia e Polónia foi o ponto alto de Paulo Bento na seleção, uma caminhada até à meia-final que só terminou nas grandes penalidades frente à Espanha, que revalidaria o título.
Seguiu-se a qualificação para o Mundial 2014, onde Portugal voltou a perder pontos com adversários teoricamente menos fortes, como Irlanda do Norte ou Israel. Conseguiu chegar ao play-off e ao Brasil graças a dois jogos de sonho de Cristiano Ronaldo frente à Suécia.
Seguiu-se a fase final do Mundial, que terminou na primeira fase para Portugal, depois da goleada sofrida frente à Alemanha (0-4), do empate com os EUA (2-2) e da vitória sobre o Gana (2-1).
As limitações da seleção e a necessidade de renovação impuseram-se no discurso e na abordagem ao momento da equipa das quinas depois do Brasil. Paulo Bento continuou e orientou a equipa no arranque da campanha para o Euro 2016, incluindo nas escolhas algumas caras novas, mas sem alterações profundas.
Paulo Bento disse depois do jogo que não iria debater o futuro em público. Terá optado por o fazer em privado, o desfecho chegou agora, com a Federação a comunicar a sua saída.
Nos 47 jogos por Portugal, Paulo Bento venceu 26, perdeu nove e empatou 12.
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