Portugal perdeu com Cabo Verde por 2-0, em jogo de caráter amigável. Odair Fortes e Gegê fizeram os golos dos "Tubarões Azuis". Num jogo de solidariedade para com as vítimas da erupção vulcânica na ilha do Fogo, Cabo Verde, Portugal estendeu a solidariedade até ao relvado e foi incapaz de marcar sequer um golo, apesar das muitas oportunidades. Os crioulos, mais eficazes, fizeram a festa no final do encontro. Ao terceiro jogo, entre as duas seleções, Cabo Verde conseguiu vencer.

Fernando Santos promoveu a estreia de quatro jogadores que entraram na lista de internacionais: o guarda-redes Anthony Lopes, os defesas centrais Paulo Oliveira e André Pinto e o médio Bernardo Silva. Num António Coimbra da Mota quase lotado (mais cabo-verdianos que portugueses), com sete mil nas bancadas, a seleção cabo-verdiana entrou melhor no encontro, com Héldon a dar muito trabalho a Cédric na direita.

Depois de Bernardo Silva ameaçar pela esquerda num centro que Hugo Almeida não conseguiu desviar, Portugal vai tomar conta do jogo a partir dos 14 minutos. Vozinha negou o golo a Vieirinha aos 15 com grande defesa e voltou a fazer o mesmo aos 19, a remate de Bernardo Silva na área após centro de Vieirinha.

Os "Tubarões Azuis", com melhor entrosamento e mais velozes nas alas, responderam em contra-ataque e com golo. Aos 21 Nuno Rocha deu mal na bola e falhou o primeiro após centro de Odair. Mas aos 38, Odair Fortes fez o 1-0 para Cabo Verde. Em mais um lance de contra-ataque, o extremo do Reims de França meteu na área, a bola ganhou um efeito estranho e entrou junto ao segundo poste, apesar da estirada de Anthony Lopes (podia ter feito mais). Era a primeira explosão de alegria nas bancadas do António Coimbra da Mota. O forte vento que se fazia sentir no António Coimbra da Mota levou a que a bola tivesse um efeito estranho, enganando o guarda-redes português. Fica a ideia de que Odair queria cruzar.

Portugal, que sentia inúmeras dificuldades para entrar no último reduto cabo-verdiano em lances de bola corrida, vai sofrer o 2-0 as 43 minutos. Num livre de Heldon na direita, Júlio Tavares desviou ao primeiro poste para Gegê aparecer ao segundo e fazer o 2-0. Tudo simples e eficaz. O resultado penalizava a lentidão do meio-campo luso, que não conseguia criar jogo. Apenas os homens das alas, em especial Bernardo Silva, mostravam mais ambição em ganhar o jogo. Na frente, Hugo Almeida não conseguia superiorizar-se a Fernando Varela e Gegê.

Com Ukra em campo no lugar do apagado João Mário, Portugal entrou no segundo tempo determinado em dar a volta ao texto. Vieirinha viu Vozinha negar-lhe o golo aos 47 num remate de fora da área. Hugo Almeida esteve perto do primeiro da turma de Fernando Santos aos 49 mas o remate de cabeça saiu ao lado. A entrada era promissora mas tudo ficou mais complicado quando André Pinto foi expulso aos 60 minutos, depois de travar Heldon que ia isolado para a baliza.

Por esta altura a festa nas bancadas era crioula, com os adeptos cabo-verdianos a gritarem olés nas trocas de bola dos "Tubarões Azuis". A batucada crioula também entrou em cena, dando um colorido azul-e-branco às bancadas do António Coimbra da Mota, que teve várias personalidades ilustres, entre eles o presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca.

As muitas substituições feitas no segundo tempo e o facto de Portugal jogar com menos um, tiraram alguma intensidade ao jogo. Entraram Éder, Pizzi, André André, Danilo Pereira e André Almeida na turma lusa. Até ao final do encontro, Portugal teve duas soberanas oportunidades para reduzir, por André André e André Almeida mas falharam o alvo.

Fernando Santos não deve ter gostado da postura da equipa, principalmente na primeira parte. Ao terceiro jogo entre as duas seleções, Cabo Verde consegue finalmente vencer.